Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Azevedo, Laís Paula de Medeiros Campos |
Orientador(a): |
Medeiros Neta, Olivia Morais de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/53543
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Resumo: |
Sob o nome de École des Sciences de l´Éducation, o Instituto Jean Jacques Rousseau (IJJR) foi criado em Genebra, Suíça, pelo psicólogo e médico suíço Édouard Claparède em 1912. O IJJR deveria ser, ao mesmo tempo, uma escola, um centro de pesquisas, um centro de documentação e de propaganda a favor da Educação. Ao longo de sua trajetória, o IJJR configurou-se como um hub do Movimento Internacional da Escola Nova, atraindo estudantes de diversos países. A tese defendida é que as redes transnacionais construídas a partir das viagens de brasileiros ao IJJR possibilitaram a circulação/travessia de sujeitos e ideias ligadas a Educação Nova no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930. Assim, objetiva-se investigar as redes construídas entre os educadores brasileiros e os educadores do Instituto e as suas contribuições para a circulação das ideias ligadas à Educação Nova no Brasil nas décadas de 1920 e 1930. Situada no entrecruzamento da História Intelectual com a História Transnacional da Educação, esta tese tem como aporte teórico contribuições de Eugenia Roldán Vera, Eckhardt Fuchs, Jean François Sirinelli, Justino Magalhães, Diana Vidal, Rafaela Rabelo, Ana Chrystina Mignot e José Gondra acerca dos conceitos de Redes, Intelectuais, Instituições, Movimento Internacional da Escola Nova e Viagens pedagógicas. Foram utilizadas fontes como jornais, revistas e documentos escolares disponíveis em acervos digitais brasileiros e suíços. A análise fundamentou-se no paradigma indiciário de Carlo Ginzburg, que permitiu o olhar sobre inúmeras e diferentes fontes, nas quais foi possível encontrar indícios da construção de redes que envolveram atores sociais do Brasil e da Europa sobre a circulação das ideias ligadas à Educação Nova no Brasil. Entre os alunos do IJJR, foram localizados os brasileiros Franciso Lins, Adalberto Maciel, Laura Jacobina Lacombe, Antônia Ribeiro de Castro Lopes e Regina Frota Pessoa, no período de 1912 a 1934, recorte do estudo. Hèlene Antipoff, Léon Walther, Louise Artus Perrelet, Claparède e Adolphe Ferrière, vinculados ao IJJR, estiveram no Brasil a partir do final da década de 1920. Além dos intelectuais citados, a pesquisa demonstrou o entrelaçamento do IJJR com outras iniciativas como a Société des Nations (SDN), o Bureau International des Ecoles Nouvelles (BIEN), a Ligue Internationale pour l’Education Nouvelle (LIEN) reconhecida nos países anglófonos pelo nome de New Education Fellowship (NEF), e o Bureau International de l’Education (BIE). A Associação Brasileira de Educação, a Escola de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte, Carneiro Leão e Lourenço Filho também emergiram como parte dessa teia que compõe o Movimento Internacional da Escola Nova. Conclui-se que, à medida que os sujeitos circularam, contribuíram também para a construção de discursos pedagógicos que foram apropriados de diferentes formas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Esses discursos se fizeram presentes na formação de professores, nas diversas conferências, nos livros escritos, traduzidos e publicados. Por fim, o estudo evidenciou a importância das viagens pedagógicas nas trajetórias dos intelectuais, os quais construíram novas ideias e práticas no campo educacional. |