Interações da vegetação herbácea e arbórea: implicações para restauração ecológica de uma floresta tropical sazonalmente seca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Franco, Jeanne Raquel de Andrade
Orientador(a): Ganade, Gislene Maria da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50125
Resumo: A Caatinga apresenta uma das maiores florestas tropicais sazonalmente secas do mundo e abriga uma alta diversidade de espécies. Apesar disso, a Caatinga é susceptível à distúrbios antropogênicos e à invasão de espécies exóticas, o que leva à perda de espécies nativas. Formas de vida não arbóreas também contribuem para riqueza e funcionamento do ecossistema, mas pouco se conhece sobre as interações entre as comunidades herbáceas e arbóreas. O objetivo do primeiro capítulo foi avaliar a influência da vegetação herbácea sobre a colonização de duas espécies nativas, entre elas Anadenanthera colubrina e Astronium urundeuva, e uma espécie axótica chamada Leucaena leucocephala em uma área degradada da Caatinga. Nós encontramos que a vegetação herbácea prejudicou o crescimento das espécies arbóreas nativas e apresentou efeito neutro sobre a germinação, estabelecimento e crescimento da espécie exótica. Esses resultados trazem importantes questões sobre métodos adequados de restauração com espécies nativas e manejo de espécies exóticas. O objetivo do segundo capítulo foi avaliar como a porcentagem de cobertura, a altura e a presença de trepadeiras da vegetação herbáceo-arbustiva, incluindo as interações com a riqueza e composição de espécies arbóreas, afetam os atributos de crescimento em altura e diâmetro a altura do solo, e a sobrevivência das espécies arbóreas nativas durante a restauração ecológica. A vegetação herbácea e arbórea interagiram positivamente ou negativamente dependendo da composição de espécies arbóreas. A maior altura, diâmetro a altura do solo (DAS) e sobrevivência das espécies arbóreas foram associadas à presença de trepadeiras da camada herbáceo-arbustiva. Foi verificado que apenas a riqueza e composição de arbóreas sozinhas não explicam as variáveis de crescimento e sobrevivência das arbóreas. Os melhores modelos selecionados foram os que incluíram a riqueza e composição de arbóreas atuando simultaneamente com a vegetação herbáceo-arbustiva. O objetivo do terceiro capítulo foi avaliar como a riqueza de espécies arbóreas (0, 1, 2, 4, 8 e 16 espécies) e suas composições afetam a riqueza, a porcentagem de cobertura, a altura e a composição de espécies da vegetação herbáceo-arbustiva. A riqueza de arbóreas não afetou a riqueza e a porcentagem de cobertura total da vegetação herbáceo-arbustiva, entretanto, as porcentagens de cobertura por espécies variaram entre os níveis de riqueza de arbóreas e houve efeito limitado da riqueza de arbóreas sobre a composição de espécies e altura da vegetação herbáceo-arbustiva. A composição de arbóreas interferiu na altura, porcentagem de cobertura, riqueza e composição da vegetação herbáceo-arbustiva, indicando que a composição de espécies durante a fase inicial de crescimento de arbóreas foi importante para a vegetação herbácea. Os atributos funcionais das espécies arbóreas, como biomassa foliar, área foliar, número de folhas, altura, diâmetro e número de folhas apresentaram de forma geral efeitos negativos, indicando competição entre as espécies herbáceas e arbóreas. De acordo com esses resultados, torna-se importante considerar a diversidade de espécies herbáceas menos competidoras e as composições de arbóreas, e suas interações, para a efetiva restauração ecológica no semiárido.