Programas de verdade, "mundos de crença": o verdadeiro segundo Paul Vayne

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Dantas, Leandro Fernandes
Orientador(a): Pellejero, Eduardo Anibal
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20795
Resumo: O presente estudo trata de refletir sobre o lugar da verdade, no cotidiano da experiência humana. A noção de verdadeiro expressa de diferentes formas, em diferentes sistemas de pensamento, culturais e históricos, revela a não uniformidade de seus significados e a arbitrariedade de seu agrupamento sob um mesmo nome, verdade. Diante desse fato, de tantas crenças assumidas como absolutas, perguntamos junto com o historiador Jean Paul Marie Veyne, se a Verdade é apenas uma, ou muitas designadas por uma palavra homônima. Se, através de suas idéias, os homens não podem acessar um conhecimento definitivamente sólido, imutável e desenvolto das interferências desua condição humana (como os seus interesses e afetos), então em que sentido ele poderá reivindicar uma Verdade maior e exclusivista? Assumindo a impossibilidade de uma apreensão da realidade desse tipo, Paul Veyne desenvolve a noção de programas de verdade, crenças referenciais assumidas como cartografias que direcionam a ação e o pensamento. Defendendo, assim, a idéia de heterogeneidade e pluralidade, como elementos irredutíveis das verdades humanas. Se de um lado há na sociedade uma pluralidade de programas de verdade, de outro há uma pluralidade de crenças que é interior ao homem. Isto é, em seu modo de crer o homem também se mostra plural, pois crê em mais de um programa e em programas contrários. O pensamento de Paul Veyne não deixa de ser uma forma de cepticismo dirigida a todas as verdades antropológicas pretensamente absolutas e universais. Pois a depender do regime de crenças estudado e do momento específico de sua história,um jogo de regras é instituído para distinguir o verdadeiro do falso.