Prospecção química e biológica de espécies coletadas na caatinga: Euphorbia tirucalli Linneau, Bredemeyera floribunda Willd. e Bredemeyera brevifolia Benth

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Maria de Fátima Rocha de
Orientador(a): Araújo, Renata Mendonça
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33208
Resumo: O bioma Caatinga constitui um importante potencial de formação vegetal, com inúmeras espécies reportadas na literatura pelo amplo espectro de atividades biológicas e diversidade química apresentada. Diante do potencial deste bioma, o presente trabalho aborda a investigação química e biológica de três espécies de plantas coletadas na caatinga nordestina: Euphorbia tirucalli Linn., Bredemeyera floribunda Willd. e Bredemeyera brevifolia Benth. A análise por LC-MS, em modo negativo, aplicada aos extratos das três espécies permitiu avaliar o perfil fitoquímico das espécies e assim constatar os flavonoides como classe de metabólitos predominante. O estudo químico dos extratos hexânico da parte aérea e etanólico das raízes de E. tirucalli, aplicando técnicas cromatográficas, permitiu o isolamento de cinco constituintes: dois já isolados na espécie, a β-amirina e o ácido 4-O-metil-gálico, além de três compostos inéditos na espécie, a ampelopsina, a miricetina e ácido 3,3'-dimetoxielágico-4-O-αraminopiranosídeo. A avaliação da atividade antioxidante dos extratos de E. tirucalli frente ao DPPH e ABTS possibilitou constatar que o extrato etanólico das raízes apresentou melhor eficiência frente aos dois radicais, enquanto dentre os compostos isolados a myricetin apresentou melhor inibição dos radicais com IC50 de 22,62 μg/mL para o DPPH e de 53,22 μg/mL para o ABTS. A avaliação das atividades antimicrobianas permitiu constatar que apenas os extratos etanólicos apresentaram potenciais antibacterianos e antifúngicos, enquanto que todos os compostos isolados mostraram efeito inibitório contra cepas de S. aureus, E. coli, S.brasiliensis e C. Albicans, com maior efeito para a miricetina e ampelopsina. O estudo das espécies do gênero Bredemeyera também se mostrou promissor. Tratamentos cromatográficos aplicados ao extrato hidroalcoólico das raízes de B. floribunda permitiu o isolamento de dois compostos, o (2E) -3’-(3,4,5-trimetóxifenil) -prop-2-enoato de metila e o 1,7- dihidroxi-3,4,8-trimetoxixantona ambos já isolados na espécie, enquanto os procedimentos cromatográficos aplicados ao extrato etanólico dos talos levou ao isolamento de três flavonoides, a rutina, o canferol e a quercetina sendo os dois últimos isolados pela primeira vez na espécie. O estudo do extrato hidroalcoólico das raízes de B. brevifolia permitiu a identificação de duas flavonas, a 5,7,4’-trihidroxi-3’- metoxiflavona e a 5,7,2’,3’,4’-pentahidroxi-6,4’-dimetoxiflavona da fração clorofórmica e o isolamento desta primeira flavona na fração acetato. A avaliação da atividade enzimática in vitro frente a peçonha da espécie Bothrops jararaca, mostrou resultados relevantes, pois permitiu constatar que a peçonha de B. jararaca foi totalmente inibida pelo extrato hidroalcoólico das raízes B. brevifolia, mostrando-se ser um dado muito interessante devido a relevância dessa classe de toxinas nos envenenamentos ofídicos. Este estudo contribuiu para o conhecimento químico e biológico das três espécies estudadas, com novas moléculas isoladas para cada espécie, além de dados biológicos inéditos associados a atividade antiofídica do gênero Bredemeyera e a atividade antimicrobiana de Euphorbia tirucalli.