Microemulsão contendo Crisina com potencial ação antinociceptiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ramalho, Ízola Morais de Medeiros
Orientador(a): Lima, Adley Antonini Neves de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24987
Resumo: A Crisina (5,7-Dihidroxiflavona) pertence à classe flavona de flavonoides. É encontrada naturalmente em mel, própolis, e várias espécies de plantas, incluindo espécies do gênero Pelargonium, Passiflora e da família Pinaceae. A Crisina (CS) é atualmente comercializada como suplemento dietético e, como outros flavonoides, também exibe diversos efeitos farmacológicos, dentre os quais estão a atividade antinociceptiva e anti-inflamatória. Entretanto, sua eficácia tem sido limitada devido à sua baixa biodisponibilidade oral. As microemulsões (ME) são sistemas de liberação modificada definidos como sistemas termodinamicamente estáveis e isotropicamente translúcidos de dois líquidos imiscíveis, usualmente água e óleo, estabilizados por um filme interfacial de tensoativo, e quando necessário um cotensoativo. Estes sistemas possuem a capacidade de solubilizar compostos hidrofóbicos, melhorar absorção, biodisponibilidade e estabilidade, incrementar a eficácia e reduzir a toxicidade de fármacos incorporados. O objetivo deste trabalho foi a obtenção, caracterização de um sistema microemulsionado para incorporação da CS e avaliação da atividade antinociceptiva desse. A formulação obtida através de um diagrama de fase ternário foi caracterizada físico-quimicamente quanto ao pH, condutividade e índice de refração. Suas características estruturais e morfológicas foram analisadas através de espalhamento de luz dinâmica (DLS) e microscopia de luz polarizada (MLP). Enquanto, a estabilidade da formulação foi avaliada através dos estudos de estresse por centrifugação, aquecimento-resfriamento e congelamento-descongelamento. O perfil de liberação in vitro foi determinado utilizando o modelo de células de Franz. A avaliação analgésica foi realizada através de um teste comportamental que avalia o aumento do limiar de força sobre a pata dos camundongos para analisar o reflexo de retirada através de um analgesímetro. Além da determinação da capacidade de prevenção da formação de citocinas inflamatórias avaliadas através de ELISA imunoensaio. Para isso foi administrada 30 minutos após a indução por carragenina a dose de 25mg/kg de CS e MECS. A ME desenvolvida é constituída por 5 % de miristato de isopropila, 55 % de água e 40 % de LAS®, e apresentou pH compatível com a administração via oral, condutividade condizente com sistemas óleo em água, além de comportamento isotrópico. A distribuição de tamanho de gotículas foi do tipo monomodal e homogêneo, com tamanhos médios de gotículas de 170,7 ± 5,3 e 158,9 ± 26,7 nm, e potencial zeta negativo de -16,1 ± 1,9 e -10 ± 2,1, para formulações com e sem CS, respectivamente. A ME mostrou-se estável frente aos estresses térmicos e por centrifugação. A liberação in vitro da MECS obedeceu ao modelo cinético de ordem zero e preveniu a formação de citocinas inflamatórias (redução de TNF α e aumento de IL-10, p<0,01), além de apresentar atividade antinociceptiva no modelo de hiperalgesia induzida por carragenina (p<0,001). Portanto, pôde-se concluir que a veiculação da CS através de um sistema microemulsionado mostrou-se como uma alternativa interessante para expandir o uso desse flavonoide como um fármaco no tratamento da dor inflamatória.