Fotografia e complexidade: a educação pelo olhar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Dantas, Eugênia Maria
Orientador(a): Almeida, Maria da Conceição Xavier de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45773
Resumo: O cinema, a literatura, a arte e a fotografia são representações do mundo. Esta tese aborda a fotografia, o olhar e a educação a partir da compreensão de que é possível alargar horizontes cognitivos pela religação de saberes, ideias e conhecimentos. Investe-se na reflexão de ética, estética e fotografia como um artefato que condensa uma interpretação do mundo, capaz de narrar o movimento complexo e paradoxal da condição humana. A estratégia para ler esse movimento é religar o local e o global, o ontem e o hoje, o próximo e o distante, o eu e o outro, a realidade e a imaginação, tramando a narrativa do espaço, do tempo e da memória social. Se toda fotografia congela o ato cotidiano de viver, tornando visível o instante que se perde no sincronismo do fazer, a liberdade do fotógrafo em decidir o que registrar e a atividade do leitor em descongelar tempo, lugar e imagens fazem da fotografia uma operadora de complexidade, um fragmento capaz de mostrar-se por vários ângulos. Para trabalhar tais argumentos privilegiou-se o acervo fotográfico deixado pelo caicoense José Ezelino da Costa, que viveu no período de 1889 a 1952. A tese tematiza questões no âmbito de Morin. A necessidade de proceder a uma reforma do pensamento e da educação supõe a compreensão de que a produção do conhecimento, da cultura e da ciência está atrelada a unidualidade, autonomia e dependência que definem a condição humana. Trata-se de discutir essa relação com vistas à formação de sujeitos capazes de ler, interpretar e contextualizar o mundo de forma aberta. A fotografia, como um testemunho parcial da condição humana, é um nicho de múltiplas e fragmentárias leituras. Testemunhar é, de certa forma, recrutar experiências e conhecimentos adquiridos para ler, através de lentes interiores, o que se passa dentro e fora de nós. A escrita da luz, como qualquer representação da vida, padece dos testemunhos enigmáticos que se refugiam na alma, espelhos de revelações sempre incompletas da condição humana.