Biologia reprodutiva, polinização e barreiras reprodutivas em duas Bromeliaceae na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cavalcante, Brayan Paiva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28033
Resumo: Bromeliaceae é um grupo de monocotiledôneas neotropicais com 3543 espécies em 73 gêneros. Reconhecida como um dos mais notórios casos de irradiação adaptativa, apresentam uma variedade grande de características reprodutivas, contudo, diversas bromélias correlacionadas ocorrem em simpatria, e para isto, devem haver fortes barreiras reprodutivas que mantenham essas espécies coesas. Partindo disso, esta dissertação teve como objetivo descrever a biologia reprodutiva de duas bromélias simpátricas na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, de maneira a entender como ocorre a dinâmica reprodutiva e os mecanismos que permitem a coesão de ambas, analisando o fluxo polínico e as barreiras reprodutivas existentes. Este trabalho foi realizado na Floresta Nacional de Nísia Floresta, um fragmento de Mata Atlântica no estado do Rio Grande do Norte, e as espécies amostradas foram Wittmackia patentissima e Hohenbergia ridleyi. No Capítulo I, foram abordados os processos envolvendo a biologia reprodutiva, a ecologia da polinização e a fenologia floral de Wittmackia patentissima e Hohenbergia ridleyi, buscando descrever seus processos reprodutivos, bem como possíveis barreiras pré-polinização e o fluxo polínico entre ambas. Como resultados, constatamos que ambas possuem flores delicadas, aromatizadas, diurnas, disponíveis por 1-2 dias. Além disso, a floração é sincrônica, acontecendo entre agosto e outubro, com vários indivíduos se sobrepondo e prolongando a estação reprodutiva. Os principais visitantes florais são as abelhas, mas podem ser vistos outros himenópteros, lepidópteros, coleópteros e dípteros, sendo que todos utilizam o néctar floral como recurso. Basicamente todas as características florais são compartilhadas, não sendo identificado nenhum tipo de barreira reprodutiva do tipo prépolinização entre as duas. No Capítulo II, foram descritos os sistemas reprodutivos deste par de espécie, de maneira a entender como ocorre a dinâmica de polinização e quais os mecanismos que possibilitam a frutificação. Além disso, foram realizados testes de hibridação entre estas espécies, analisando o crescimento do tubo polínico ao longo do gineceu, para observar se existem barreiras pós-polinização que evitem a formação de híbridos naturais. Como resultado, notou-se que ambas são altamente autocompatíveis, e que existe deposição espontânea de pólen ainda na fase de botão, e isso pode maximizar o sucesso reprodutivo da planta genitora. Nos testes de hibridação foi possível observar que os grãos de pólen germinaram e cresceram até o 1/3 superior do estilete em todos os tratamentos em ambas as espécies. Não houve diferença no desenvolvimento polínico nos tratamentos de autogamia e polinização cruzada para nenhuma das duas espécies, entretanto, foi possível observar anormalidades a partir do 2/3 do estilete nos testes de hibridação. Neste ponto, foi possível observar a deposição irregular de calose ao longo do estilete, bem como a paralização dos tubos polínicos em todos os testes de hibridação, o que indica que existem fortes barreiras póspolinização que inibem a formação de híbridos naturais.