Dobra e redobra: um estudo exploratório da dobradura de papel no auxílio à visualização e à concepção da forma arquitetônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lima, Mônica Maria Fernandes de
Orientador(a): Veloso, Maisa Fernandes Dutra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23946
Resumo: No ensino universitário contemporâneo, a aprendizagem precisa ser vivenciada como fruto de um processo de construção contínuo, no qual o aprender ocorre por meio de processos dinâmicos de buscas, e é adquirido de forma integrada. A presente tese tem como base inicial a constatação de que parte significativa dos alunos ingressa nos cursos de Arquitetura e Urbanismo em geral e, em especial no da UFRN, com dificuldades de percepção formal e espacial, fato que tem prejudicado o aprendizado do projeto arquitetônico. Assim, para a otimização da relação ensino/aprendizagem, defendemos que tal assunto deveria ser debatido de maneira integrada a outros componentes curriculares, em especial associando, principalmente, o ensino de geometria ao de projeto, e usando métodos/técnicas condizentes com os avanços contemporâneos na área. A fim de buscar caminhos que pudessem facilitar o desenvolvimento da visualização e da concepção formal dos alunos, o objeto de estudo dessa tese foi a utilização de técnicas de dobradura em papel, como instrumento de auxílio ao desenvolvimento dessas habilidades no primeiro ano do curso de arquitetura e urbanismo. Pergunta-se: Como a geometria aplicada, mais especificamente as técnicas de dobraduras, influenciam a visualização e a concepção formal? Como utilizá-la para proporcionar uma melhor integração dos conteúdos da área de representação e linguagem e de projeto de arquitetura no primeiro ano do curso? Temos, como hipóteses que: 1) as técnicas de dobraduras são instrumentos capazes de colaborar com a apreensão do conhecimento da geometria e promover o desenvolvimento das habilidades relacionadas à visualização e concepção da forma; 2) a aplicação de exercícios baseados nestas técnicas em alunos do primeiro ano do curso será fundamental para o desenvolvimento dessas habilidades. O objetivo geral foi compreender a inserção de novos instrumentos da geometria aplicada às atividades de concepção formal em início de curso, apontando elementos para o exercício da integração de conteúdos entre as áreas de ‘Representação e Linguagem’ e ‘Projeto de Arquitetura’. Para subsidiar tal objetivo, estabeleceram-se três objetivos específicos: 1. Verificar a eficácia da utilização de técnicas de dobraduras no desenvolvimento da visualização formal; 2. Verificar a eficácia da utilização de técnicas de dobraduras no desenvolvimento da concepção formal de objetos arquitetônicos; 3. Estabelecer recomendações para a melhoria do ensino neste campo que possam subsidiar a criação ou reformulação de componentes curriculares a ele pertinentes. Além da pesquisa bibliográfica, o método para atingir os objetivos propostos envolveu a realização de experiências didáticas com estudantes de graduação em AU. Nessas oficinas, foram aplicadas técnicas de Paper Folding, Surface Development, Origami e tessellation. Verificamos o potencial da dobra como ferramenta de concepção, uma vez que permitiu: a exploração do conceito de continuidade e complexidade; o favorecimento do processo de criação e a otimização da relação ensino/aprendizagem. Os resultados do estudo empírico indicaram a potencialidade do uso da maquete de papel e a função das oficinas como experiências capazes de favorecer os processos de concepção. Além destes fatores, foi possível perceber a presença do mimetismo e da geometria nos momentos iniciais de concepção da forma, por meio de um exercício de integração, definido pela metodologia. Estes resultados fundamentaram as recomendações para o ensino de projeto de arquitetura voltado para os períodos iniciais.