Avaliação in vitro e in silico da atividade do S-(-)-Álcool Perílico sobre linhagens celulares do Carcinoma Epidermóide de Língua

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Andrade, Ana Cláudia de Macêdo
Orientador(a): Costa, Antônio de Lisboa Lopes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47243
Resumo: O carcinoma epidermóide oral (CEO) é a neoplasia maligna mais frequente da cavidade oral e constitui um problema de saúde pública devido a sua alta taxa de incidência e mortalidade devido em muitos casos ao fracasso terapêutico e a resistência tumoral. Assim sendo, destaca-se a busca por novas moléculas biologicamente ativas, como as encontradas nos produtos de origem natural. Este trabalho tem como objetivo avaliar a atividade antineoplásica do S-(-)-álcool perílico (POH) em culturas de células de CEO de língua e predizer sua afinidade através de modelo computacional sobre proteínas que regulam o ciclo celular. Para isso, foram utilizadas duas linhagens celulares de CEO de língua, HSC-3 e SCC-25. Os seguintes grupos foram analisados: G0 (controle; células cultivadas na ausência de POH), G1 (células tratadas com cisplatina a 40 μM), G2 (células tratadas com POH a 0,5 mM), G3 (células tratadas com POH a 1,0 mM), G4 (células tratadas com POH a 1,5 mM) e G5 (células tratadas com POH a 3,0 mM). Diferenças entre estes grupos foram investigadas através dos seguintes ensaios: viabilidade celular (Alamar Blue e Live/Dead assay) e atividade migratória (Wound healing). Foi também realizada a predição de afinidade entre o POH e as moléculas de controle do ciclo celular utilizando a docagem molecular com emprego do software Molegro Virtual Docker, v. 6.0.1. Os dados foram tratados estatisticamente pelo GraphPad Prism 6.0 (GraphPad Software, EUA), análises paramétricas utilizando teste Anova, pós-teste de Tukey e teste estatístico não-paramétricos de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste t de estudent foram adotados para determinação de diferenças entre os grupos experimentais. O índice de significância considerado neste trabalho foi de 5%. Para ambas as técnicas de avaliação da viabilidade celular (Alamar Blue e Live/dead assay) analisadas neste trabalho, o POH foi capaz de reduzir a viabilidade celular de linhagens do CEO de língua de maneira dosedependente e tempo-dependente (p<0,05). As concentrações de 1,5 mM e 3 mM do POH obtiveram resultados melhores ou semelhantes aos encontrados na cisplatina 40 μM, para as duas linhagens, na avaliação da viabilidade celular (p<0,05). Os valores de IC50 do POH foram de 1,5 mM para a célula SCC-25 em todos os intervalos de tempo (24 h, 48 h e 72 h), uma vez que, para a linhagem HSC-3, foram de 3 mM para os tempos de 24 h e 48 h e de 1,5 mM para o intervalo de 72 h. O POH foi capaz de inibir a migração das duas linhagens celulares de CEO de maneira dependente da concentração (p≤0,05), comparados ao grupo controle. A habilidade da molécula POH se ligar a proteínas responsáveis pela ativação do ciclo celular foi avaliada usando docking models. Dentre elas, a proteína GTPase Kras mostrou a melhor energia de ligação (-86.70 kcal/mol), apresentando ligações de hidrogênio com os resíduos THR58 (A) e ASP57 (A) e ligações estéricas com os resíduos TRY32 (A) e ALA18 (A). As evidências deste estudo corroboram a ideia de que o POH possui atividade sobre o CEO, sugerindo que essa molécula possa ser uma forte candidata para o desenvolvimento de medicamentos direcionados ao tratamento desta patologia.