Estratégias tróficas do peixe traíra, Hoplias malabaricus e do peixe cascudo, Hypostomus pusarum do açude Marechal Dutra, Rio Grande do Norte, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pessoa, Emilly Kataline Rodrigues
Orientador(a): Chellappa, Sathyabama
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21267
Resumo: O peixe traíra, Hoplias malabaricus (Erythrinidae) e o peixe cascudo, Hypostomus pusarum (Loricariidae) são peixes de água doce, da região neotropical de considerável importância ecológica e econômica. O trabalho teve como objetivo investigar as estratégias tróficas e a morfo-histologia do trato digestório desses peixes no açude Marechal Dutra, Acari, do semiárido do Rio Grande do Norte, Brasil. Foram analisados 133 exemplares de traíra, H. malabaricus e 118 espécimes de cascudo, H. pusarum. As duas espécies estudadas apresentam diferentes níveis de cadeia alimentar e ocupação espacial na coluna de água do açude. Os resultados do trabalho estão apresentados sob a forma de quatro artigos científicos. O primeiro artigo descreve a anatomia e a histologia do trato digestivo e os hábitos alimentares da traíra, H. malabaricus. O intestino da traíra é curtocom um coeficiente intestinal de 0,72 ± 0,09. O Índice de importância alimentar demonstrou que H. malabaricus se alimenta preferencialmente de material animal, sendo 72,8% de peixes e 27,2% de camarões. A histologia do seu tubo digestório confirma seu hábito alimentar carnívoro. O segundo artigo aborda um estudo pioneiro sobre os hábitos alimentares e a caracterização anatômica e histológica do trato digestório de H. pusarum. O intestino do cascudo é longo com um coeficiente intestinal de 10.8±0.7. O Índice de importância alimentar demonstrou que H. pusarum se alimenta preferencialmente de material orgânico em decomposição (88.7%) e microalgas filamentosas e diatomáceas (11.3%). O terceiro artigo compara os aspectos morfológicos do trato digestório de H. malabaricus e H. pusarum, relacionando-os com seu hábito alimentar. A disposição dos órgãos digestórios em ambas as espécies está diretamente relacionada com a forma da cavidade peritoneal e o formato do corpo. O intestino curto em H. malabaricus e muito longo em H. pusarum está relacionado com seus hábitos alimentares. A morfologia dos tubos digestórios de H. malabaricus e H. pusarum confirmam seus hábitos alimentares, carnívoro e detritívoro/herbívoro, respectivamente. O quarto artigo aborda os aspectos alimentares e reprodutivos (estrutura de comprimento e peso, relação peso-comprimento, tipo de crescimento, proporção sexual) do cascudo, H. pusarum. A espécie apresenta crescimento alométrico negativo, com a predominância de fêmeas na população amostrada.Hoplias malabaricus, que habita o ambiente pelágico, é considerado carnívoro, enquanto que H. pusarum, que habita o ambiente bentônico, é caracterizado como detritívoro/herbívoro. Cada espécie estudada mostra um regime alimentar bem diferente, sem que haja competição trófica entre elas. As estruturas morfo-anatômicas do trato digestório refletem sua estratégia alimentar.