Biologia reprodutiva de Mimus gilvus (Aves: Mimidae) em área de restinga no nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Damião Valdenor de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21238
Resumo: O sabiá da praia, Mimus gilvus (Aves: Mimidae) é um passeriforme com ampla distribuição na América Central e do Sul. No Brasil ocorre principalmente nas áreas de restinga e vegetação próxima a praia. Muitos atributos de sua biologia reprodutiva são desconhecidos, principalmente em relação ao sucesso reprodutivo. Nesse sentido, durante os anos de 2010-2011, 2011-2012 e 2014-2015 foram feitas visitas à área de restinga no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado entre os municípios de Natal e Parnamirim-RN (5°54’S e 35°10’W), onde foram feitas buscas sistemáticas buscando descrever características da biologia reprodutiva de M. gilvus, estimar o seu sucesso reprodutivo utilizando o método de Mayfield, e identificar os principais fatores que influenciam o seu sucesso reprodutivo em ambiente de restinga. Para isso, foram utilizados 45 ninhos ativos monitorados. Apenas durante a temporada reprodutiva de 2011-2012 e 2014-2015 foram feitas visitas sistemáticas a área de estudo. O período reprodutivo variou de agosto a março. O tamanho da ninhada variou de dois, três e seis ovos (n = 22). Ninhadas de dois ovos foram mais frequentes, sendo a média de ovos colocados por ninho de 2 ± 0,51 (n = 20 ninhos). O período de incubação foi de aproximadamente 13 ± 1,9 dias (n = 11 ninhos ). O período de permanência dos filhotes no ninho foi de aproximadamente 11 ± 1,6 dias (n = 9 ninhos). O sucesso aparente foi de 37,8% e o sucesso estimado pelo método de Mayfield foi de 26,6 %. A predação foi a principal causa da perda de ninhos na área de estudo. As taxas de sobrevivência diária (TSD) obtidas foram 0,9593 para o período de incubação e 0,9313 para o período de ninhego. As estimativas de sobrevivência para cada período foram 0,5827 para incubação e 0,4571 para ninhego respectivamente. A precipitação média acumulada para cada mês influenciou negativamente as taxas de eclosão dos ninhos de M. gilvus. Além disso, o número de eclosões entre o período mais chuvoso (estação chuvosa) e o período de menor precipitação (estação seca) foram diferentes. O número de ninhos perdidos de M. gilvus foi menor em moitas do que em cactos, o que pode justificar o maior número de ninhos dessa espécie encontrados em moitas. As taxas de sobrevivência no período de ninhego foram menores em comparação com o período de incubação. M. gilvus parece evitar o período mais chuvoso durante sua reprodução, concentrado a maior parte de seus ninhos no período de menor precipitação.