Religiosidade e espiritualidade no câncer infantil: recursos para um cuidado humanizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pereira, Beatriz Mendes
Orientador(a): Silva, Georgia Sibele Nogueira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26530
Resumo: Apesar dos consideráveis avanços científicos para o alcance da cura e qualidade de vida do paciente oncológico pediátrico, o impacto do diagnóstico do câncer, o tratamento e suas repercussões são vivenciados pelas crianças com dor e sofrimento. Desse modo, percebe-se a necessidade de que elas busquem recursos para enfrentar tais problemáticas. Este estudo teve como objetivo compreender se e como a espiritualidade e/ou a religiosidade, enquanto recurso de enfrentamento para as crianças em tratamento oncológico, pode contribuir para a efetivação de um cuidado humanizado e integral. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, com a participação de 9 crianças com câncer, em idade escolar (6-12 anos), de ambos os sexos, hospitalizadas no setor de onco-hematologia de um hospital infantil referência em oncologia na cidade de Natal/RN. O estudo foi ancorado na Hermenêutica Gadameriana e para o acesso das narrativas infantis, utilizou-se a entrevista narrativa mediada por recursos lúdicos e projetivos: o “boneco-personagem” – como elemento de mediação do diálogo – e o desenho. O início do percurso de discussão é demarcado pelo capítulo denominado “A infância construída: destecendo as representações infantis ao longo da história e suas interfaces com a escuta das crianças na pesquisa”, o qual trata de uma breve análise da construção histórica da infância e suas repercussões na produção científica sobre ela. Além disso, sua finalização conta com a apresentação dos pequenos participantes deste estudo. No diálogo com as narrativas, três outros capítulos surgiram: 1) “Por conta de um tumor”: a trajetória de adoecimento, tratamento e seus significados para as crianças, o qual evidencia as significações da experiência de adoecimento e hospitalização como um processo longo, marcado por sentimentos de medo, tristezas, procedimentos invasivos e privações que o adoecimento e tratamento acarretam; 2) “Conhecendo os aliados das nossas crianças”. Este trata dos recursos reconhecidos pelas crianças como facilitadores no enfretamento das vulnerabilidades presentes na hospitalização e tratamento, como o brincar, a classe hospitalar, os cuidadores, os bons sentimentos, entre outros; 3) Quando “Deus ajuda ajudando”: a religiosidade e espiritualidade nas crianças com câncer e o Cuidado Humanizado. Neste, notou-se a ausência de conceituações sobre tais termos, porém a dimensão religiosa– orações e crença em Deus – e a espiritual surgiram como propiciadoras de recursos de enfrentamento e contribuíram na construção de significados positivos para as experiências no universo de tratamento do câncer e hospitalização. O trabalho sugere, por fim, a utilização de uma entrevista espiritual com uso de uma mediação lúdica e o emprego do desenho para que, assim, os profissionais de saúde tenham acesso e compreendam, a partir do olhar infantil, como essas dimensões podem ser fontes de auxílio, valorizando-as. Por esse prisma, é enfatizado a necessidade de inclusão da espiritualidade e religiosidade na assistência pediátrica que se propõe ao cuidado humanizado e integral.