Investigação de parâmetros bioquímicos em dois modelos animais de depressão induzidos por desamparo aprendido e administração do lipopolissacarideo de E.Coli

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Didonet, Julia Jensen
Orientador(a): Gavioli, Elaine Cristina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
LPS
IDO
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23651
Resumo: A depressão reduz a qualidade de vida do indivíduo, compromete a funcionalidade profissional e social e é considerada a principal causa para incapacidade em termos de anos perdidos no curso da doença. Apesar da severidade relatada, ainda não há uma compreensão clara dos substratos neurais alterados na depressão, por isso o estudo de modelos animais que investiguem a etiologia deste transtorno torna-se extremamente necessário. Este trabalho buscou comparar alterações bioquímicas no soro, córtex préfrontal (CPF) e hipocampo de camundongos submetidos a dois modelos animais de depressão: desamparo aprendido e administração do lipopolissacarídeo de E.Coli (LPS). O teste de desamparo aprendido resultou em média 70 % de animais desamparados, verificado pela falha em escapar aos choques 24 h e 48 h após a sessão de indução do desamparo. Os 30 % restantes foram considerados resilientes. Os animais desamparados apresentaram mais dano oxidativo no CPF e soro, quando comparados aos animais controles. Não houve diferença entre desamparados e resilientes, porém, foi observada correlação positiva entre o dano oxidativo no soro e CPF e o comportamento desamparado. A concentração das citocinas pró-inflamatórias IL-1β, TNFα, IL-6 e antiinflamatória IL-10 no CPF e hipocampo dos animais submetidos ao desamparo e controles não foi diferente entre os grupos, porém houve correlação positiva entre a citocina IL-6 no hipocampo e o comportamento desamparado dos animais. A atividade da enzima indolamina 2,3-dioxigenase (IDO) não apresentou diferença significativa nos animais submetidos ao modelo do desamparo e controles. A administração sistêmica de LPS (0,8 mg/kg i.p.) induziu um comportamento doentio nos animais, caracterizado por diminuição da ingestão de água e comida, perda de peso e alteração da temperatura retal 6 h após a injeção. Em 24 h o estado doentio diminuiu, porém, os animais que receberam LPS apresentaram imobilidade aumentada no teste de suspensão pela cauda em comparação aos animais que receberam salina. Foi observado mais dano oxidativo no soro, CPF e hipocampo do grupo LPS em comparação aos grupos salina e controle. As citocinas IL-β, TNFα no soro, CPF e hipocampo não apresentaram nenhuma alteração, indicando que a inflamação induzida pela administração de LPS foi transitória. A citocina IL-6 mostrou-se elevada no CPF do grupo que recebeu LPS em comparação ao grupo salina, correlacionada positivamente com o comportamento do tipo depressivo dos animais. Os níveis de IL-10 no hipocampo correlacionaram-se negativamente com o comportamento do tipo depressivo e a atividade da IDO foi aumentada no CPF e diminuída no hipocampo do grupo LPS. Os resultados apresentados corroboram a hipótese da ativação do sistema imune no evento depressivo e consequente dano oxidativo, verificado em dois modelos animais de depressão. A ativação da IDO variou entre as áreas analisadas em cada modelo animal.