Lesões motoras de origem central e periférica interferem de forma distinta na acurácia e precisão de alvos em trajetórias biológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Campos, Fabíola Rodrigues de França
Orientador(a): Araújo, John Fontenele
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27949
Resumo: Vários resultados experimentais sugerem que a percepção e produção do movimento humano compartilham uma rede funcional comum de controle no cérebro. Para estudar esta interação percepção-ação, avaliamos a precisão e acurácia através da realização de um teste comportamental para determinação de alvos em trajetórias semelhantes, mas que diferiram em relação aos seus perfis de velocidade: biológico (B) e não-biológico (NB). Foi solicitado aos voluntários que estimassem o ponto final de trajetórias que tinham sua última parte ocluída e que diferiam em relação ao movimento: B e NB e direção: subida (S) e descida (D). Participaram deste estudo 36 voluntários, divididos em 3 grupos: controle com 13 participantes (M = 2 e F = 11; idade média de 41,36 ± 12,91 anos), central com 12 (M = 6 e F = 6; idade média de 51,67 ± 10,13 anos) e periférico com 11 todos do sexo masculino com idade média de 33,64 ± 7,42 anos. Foi calculada para cada tentativa a distância vetorial estimada [DVE (Rn 2=Xn 2+Yn 2 )]. A precisão foi calculada pela mediana da DVE e a acurácia pela sua dispersão (quartil 75). Os resultados apontaram para um achado interessante: o teste comportamental foi sensível para apontar diferenças entre as trajetórias biológicas e não biológicas nos grupos central e periférico. Os participantes do grupo central diferiram na trajetória de subida apresentando uma maior precisão na trajetória com perfil biológico (U= 7921; p=0,001), já os participantes do grupo periférico diferiram na trajetória de descida e apresentaram uma maior precisão na trajetória com perfil não biológico (U= 7263; p=0,019). O grupo controle teve maior precisão quando comparado aos demais grupos em todas as trajetórias [x²=348,06(2); p<0,001]. Quanto a acurácia o grupo controle e o grupo periférico se comportaram de forma semelhante e diferiram do grupo central [controle x central - X 2 = 16,800 (3); p=0,001] e [periférico x central - X 2 = 12,774 (3); p=0,005]. Utilizando um modelo misto constatou-se que o grupo controle é mais exato (preciso + acurado) que o grupo periférico e estes são mais exatos que o grupo central. A exatidão foi maior em detectar descida e movimentos biológicos. Os resultados sugerem perda do acoplamento percepção-ação, a origem da lesão (central ou periférica) parece afetar de forma distinta o reconhecimento do movimento biológico.