Consanguinidade e efeito fundador da mutação G377S da doença de Gaucher em população de Tabuleiro do Norte – Ceará – Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Chaves, Rigoberto Gadelha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20548
Resumo: A doença de Gaucher (DG) é causada pela deficiência da enzima glucosilceramidase (GCase) que leva ao acúmulo de glucocerebrosídeo em células do sistema retículo endotelial. A incidência estimada da DG na população geral é de 1:100.000 habitantes, sendo, entretanto, cerca de 100 vezes mais frequente entre os judeus Ashkenazi. No Brasil, destaca-se a cidade de Tabuleiro do Norte (TN), com 28.500 habitantes, situada no estado do Ceará, na região do Nordeste do Brasil, cuja prevalência da DG é de 1:4.000 habitantes. Um rastreamento populacional fundamentado em análises enzimáticas da GCase e quitotriosidase em sangue seco em papel de filtro (SSPF) selecionou um “grupo de risco” para DG em TN. Para esse “grupo de risco” e pacientes com DG da cidade foi feito o rastreamento das mutações N370S, L44P, G377S e 55-del e a reconstituição da genealogia das famílias envolvidas. O objetivo desse estudo foi conhecer e analisar o perfil genético relacionado à DG de indivíduos do “grupo de risco” selecionados pelo rastreamento enzimático e de pacientes de TN, a fim de buscar explicações para elevada prevalência da enfermidade nessa população. METODOLOGIA: Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, do Hospital Geral Dr. César Cals de Oliveira, Fortaleza, e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), em fevereiro de 2009 e as amostras de DNA foram coletadas durante o período de Março/2009 à Dezembro/2010. Foi realizado o rastreamento molecular das quatro mutações mais prevalentes no Brasil em 131 indivíduos selecionados pelo rastreamento enzimático em SSPF (GCase <2,19nmol/h/mL ou quitotriosidase ≥44,00 nmol/h/mL) e em 5 pacientes da DG descendentes das famílias da cidade. RESULTADOS: O rastreamento das mutações no “grupo de risco” e nos pacientes revelou uma única mutação (G377S) e permitiu classificar os indivíduos em 3 grupos: afetados/homozigotos (n=5), 20 portadores (n=20), e não-portadores (n=111). O estudo da genealogia descobriu uma ancestralidade comum entre todos (afetados e portadores da mutação G377S). CONCLUSÃO: A identificação de uma única mutação (G377S) entre os indivíduos afetados e portadores de diferentes gerações, a história da cidade e o estudo da genealogia das famílias envolvidas sugerem que a elevada prevalência da DG nesta população pode ser devido a uma combinação de consanguinidade e efeito fundador da mutação G377S.