Processos educacionais no cárcere: um estudo sobre as representações sociais de jovens e adultos nas prisões

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Freire, Francisca Daise Galvão
Orientador(a): Domingos Sobrinho, Moisés
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23706
Resumo: Esta pesquisa teve como objeto de estudo as representações sociais sobre a educação construída por jovens e adultos em situação de privação de liberdade. Buscamos, assim, conhecer como essas populações representam esse objeto simbólico e se relacionam com o mesmo. Buscamos, ainda, a partir daí, identificar elementos que facilitam ou obstaculizam o desenvolvimento de práticas educacionais da EJA nas prisões. Para tanto, utilizamos como fundamentação básica a teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 1978; JODELET, 2001). Quanto aos aspectos metodológicos, o campo de observação restringiu-se à Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dr. Francisco Nogueira Fernandes e a principal fonte de coleta de dados foi a entrevista semiestrutura, utilizada com o apoio da técnica de associação livre de palavras e expressões, bastante empregada na pesquisa das representações sociais, seguida de um roteiro de questões diretivas. Dadas as condições de realização da pesquisa de campo, que coincidiu com um momento de rebeliões nos presídios, foram entrevistados apenas dez sujeitos, dentre os que tiveram experiência com processos educacionais dentro da prisão, número que, no entanto, mostrou-se bastante adequado para os objetivos da pesquisa. A análise das entrevistas realizou-se com o apoio do método de análise de conteúdo, tomando-se como unidade de análise o tema e a construção de categoriais (BARDIN, 1977; FRANCO, 2005; OLIVEIRA, 1995). Os resultados revelaram a construção e compartilhamento, pelos sujeitos, de uma representação social predominante sobre a educação e a sua função de guia para a ação, indicando diferentes atitudes e prescrições de comportamentos. Na polifasia dos conteúdos representacionais destaca-se a reprodução do sentido hegemônico de educação e a prescrição absoluta quanto ao seu papel redentor. Outros achados relativos às trajetórias escolares, às particularidades dos processos educativos na prisão e à relação professor/aluno nesse contexto contribuem para enfatizar as particularidades dessa modalidade de educação e, ao mesmo tempo, reforçar os achados difundidos pela literatura específica sobre as diferentes formas de violência a que estão submetidos os detentos e a ausência ou fragilidade da intervenção estatal e da própria sociedade tendo em vista assegurar a afirmação de um direito tão elementar como o acesso à educação formal.