Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Prazeres, Valdenice de Araújo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21824
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Resumo: |
Apresentam-se aqui resultados de uma pesquisa que buscou investigar e analisar criticamente os pressupostos e fundamentos que apoiaram a implementação do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Naturais, em sua versão original, no âmbito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A criação dessa licenciatura ocorreu no contexto das reformas educacionais brasileiras iniciadas na última década do século passado e foi viabilizada pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Partiu-se do pressuposto que o modelo de formação docente proposto por esse tipo de Licenciatura, devido ao fato de estar vinculado às orientações filosóficas, políticas e pedagógicas de caráter neoliberal, atualmente em curso no Brasil, assim como se contrapor aos projetos de reforma da educação brasileira defendidos pelas entidades representativas dos profissionais da educação tem limitadas possibilidades de atender adequadamente às demandas da sociedade para melhorar a qualidade da formação docente para a Educação Básica. Do ponto de vista teórico, a pesquisa se apoiou na perspectiva da pedagogia histórico-crítica, sobretudo em Saviani e Duarte, mas dialogando com autores nacionalmente conhecidos, como Dourado, Sguisssard, Frigotto, Kuenzer, Machado, dentre outros, e nas elaborações teóricas produzidas pelos movimentos organizados de educadores, nas últimas décadas, destacando-se a ANFOPE. Quanto aos aspectos metodológicos, realizou-se a análise dos principais documentos nacionais sobre a reestruturação das universidades brasileiras e daqueles relativos ao contexto da gênese dessas novas licenciaturas até a primeira fase de sua implementação na UFMA. Foram também realizadas entrevistas semiestruturadas com professores e professoras que participaram desse processo desde o seu início, representantes dos quatro campi que em 2010 ofereciam somente esse formato de licenciatura (Bacabal, Grajaú, Pinheiro e São Bernardo), tendo em vista conhecer suas opiniões e avaliações sobre o projeto político pedagógico do curso e as condições para sua concretização. A análise dos dados evidenciou que as licenciaturas interdisciplinares, oferecidas no contexto expansionista da UFMA, estão inseridas no âmbito de um movimento que aumentou a representatividade desta Universidade no interior do estado e levou a Educação Superior para populações historicamente excluídas desse nível de ensino. No caso da Licenciatura em Ciências Naturais, apesar dos aspectos positivos, tais como, contribuir para a interlocução entre a formação acadêmica e o contexto de atuação futura em decorrência do esforço de superação da racionalidade técnico-instrumental pela valorização da reflexividade sobre o cotidiano escolar, assim como suprir a falta e/ou a deficiência de docentes para atuar na Educação Básica nesta área, esse formato pouco favorece a unidade teoria e prática e uma sólida formação teórica e interdisciplinar. Ao secundarizar o conhecimento teórico e sobrevalorizar a tematização de uma suposta prática, concorre para o esvaziamento tanto do campo das ciências da educação quanto da área científica específica. De fato, o que propõe são arremedos às muitas formas históricas de fragmentação, como o aligeiramento, a superficialização da formação inicial, o processo de desintelectualização do(a) professor(a), a degradação e precariedade estrutural das condições de oferta desse processo formativo. |