Análise da atuação do(a) enfermeiro(a) nos três níveis de atenção à saúde sob a ótica da Linha de Cuidado para atenção integral a crianças e adolescentes em situação de violência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Marcolino, Emanuella de Castro
Orientador(a): Miranda, Francisco Arnoldo Nunes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28626
Resumo: Objetivou-se analisar a abordagem do enfermeiro (a) à crianças e adolescentes em situação de violência nos três níveis de atenção à saúde embasada na linha de cuidado à criança e adolescente em situação de violência. Estudo analítico com abordagem qualitativa, realizado no município de Campina Grande, Paraíba, em serviços de saúde de atenção primária, secundária e terciária que assistem a crianças e adolescentes em situação de violência. Participaram do estudo 76 enfermeiros distribuídos: na atenção primária, atuantes na Estratégia Saúde da Família; na atenção secundária, em um hospital municipal de assistência à criança e ao adolescente nos setores de acolhimento, sala vermelha e enfermaria pediátrica; na atenção terciária, os enfermeiros do acolhimento, sala vermelha, observação pediátrica, enfermaria pediátrica e unidade de terapia intensiva pediátrica de um hospital de referência para traumas. Coletou-se os dados no período de janeiro a março de 2018 por meio de formulário sociodemográfico e entrevistas individuais semiestruturadas gravadas e transcritas. Os dados coletados foram analisados pelo software IRAMUTEQ por meio da Classificação Hierárquica Descendente, Análise de Similitude e Nuvem de palavras O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte com parecer nº 2.456.493. Na Atenção Primária obteve-se, a partir das classes da análise lexicográfica, cinco categorias denominadas: Categoria I (Classe 1)-Vivência e identificação pelo enfermeiro das situações de violência com crianças e adolescentes; Categoria II (Classe 4)-O contexto familiar e a violência; Categoria 3 (Classe 5)-Ações de promoção da saúde pelo enfermeiro; Categoria IV (Classe 3)-Equipe multiprofissional e serviços da rede de atenção como suporte para a abordagem do enfermeiro; Categoria V (Classe 2)-Capacitação e atuação do enfermeiro frente à vítima de violência. Na Atenção Secundária emergiram cinco categorias definidas como: Categoria I (Classe 1)-Condutas direcionadas a criança e adolescente vítima de violência no serviço de média complexidade; Categoria II (Classe 4)-Escopo da média complexidade e ações do enfermeiro; Categoria III (Classe 5)-Capacitação e o modo do enfermeiro lidar com as vítimas de violência; Categoria IV (Classe 3)-Percepção do enfermeiro sobre o contexto familiar e a vítima; Categoria V (Classe 2)-Identificação da violência contra crianças e adolescentes pelo enfermeiro por meio da consulta de enfermagem; e para a Atenção Terciária os dados produziram seis categoria nomeadas: Categoria I (Classe 1)-Acolhimento, notificação e seguimento dos casos de violência; Categoria II (Classe 5)-Consulta de Enfermagem: sinais de identificação da violência; Categoria III (Classe 6)-Relação do enfermeiro com o familiar; Categoria IV (Classe 4)-Capacitação do enfermeiro para abordagem de crianças e adolescentes vítimas de violência; Categoria V (Classe 2)-Especificidades dos setores de atendimento no serviço de alta complexidade; Categoria IV (Classe 3)-Serviço de saúde de alta complexidade como referência para situações de violência. A análise dos três níveis de atenção à saúde permitiu identificar fragilidades na abordagem do enfermeiro a crianças e adolescentes em situação de violência quanto ao conhecimento técnico científico na graduação ou capacitações, na identificação dos casos de violência, nas relações com vítimas e familiares, na articulação multidisciplinar e intersetorial e nas definições dos fluxos internos de cada nível de atenção. Conclui-se que a abordagem do enfermeiro a crianças e adolescentes em situação de violência necessita de qualificação por meio de formação profissional específica, definição de fluxos e protocolos e articulação com a rede de proteção.