Resistência bacteriana às fluoroquinolonas em indígenas da Amazônia brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vianello, Marco Aurélio
Orientador(a): Egito, Eryvaldo Sócrates Tabosa do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32469
Resumo: O aumento da resistência aos antimicrobianos representa uma ameaça à saúde pública. Embora o aparecimento de bactérias multirresistentes esteja estreitamente relacionados ao uso excessivo e inadequado de antimicrobianos, achados de bactérias potencialmente hipervirulentas e mutirresistentes, em áreas remotas, vem despertando a atenção da comunidade científica. Sendo assim, este trabalho investigou a presença de bactérias resistentes à fluoroquinolonas na microbiota Gram-negativa comensal de humanos de diferentes etnias indígenas do noroeste da Floresta Amazônica. Foram coletadas amostras de fezes de 36 indivíduos indígenas atendidos por um centro assistencial em saúde restrito a comunidades indígenas remotas na Floresta Amazônica. A identificação das espécies bacterianas foi feita por MALDI-TOF e a avaliação da susceptibilidade aos antimicrobianos foi realizada pela técnica de KirbyBauer e por metodologia automatizada (Microscan-Beckman-Coulter). A detecção do resistoma, viruloma, plasmidoma e multilocus sequence typing (MLST) foi realizada por sequenciamento do genoma completo, permitindo a genotipagem dos isolados. As análises realizadas permitiram a identificação de clones epidêmicos internacionais de E coli O8:H23‐B1‐ST224, O15:H1‐D‐ST393, O1:H6-F-ST648 e O25:H4-B2-ST131, todos apresentando um perfil genético de multirresistência e hipervirulência. Este estudo relata primeira vez na América do Sul o clone O15:H1‐D‐ST393, representando potencial clone em início de dispersão em tal continente. Estes resultados enfatizam a problemática da disseminação de bactérias multirresistentes e hipervirulentas em áreas remotas, teoricamente com baixa exposição a antibacterianos.