Resumo: |
Nas últimas décadas, a expansão urbana, que em sua maioria constituiu-se com pouco ou nenhum planejamento urbano, produziu cidades deficientes em infraestrutura. As pequenas e médias cidades como do interior do Nordeste, na região semiárida, também têm sofrido efeitos dessa problemática, uma vez que se edificaram sobre as margens de rios, como é o caso do município de Caicó, no Seridó Potiguar. Com isso, o presente trabalho teve por objetivo identificar áreas suscetíveis à inundação e alagamentos no ambiente urbano de Caicó/RN, a partir de modelagem em ambiente SIG, buscando relacionar dados topográficos com o escoamento superficial. Para isso, foram utilizados modelos digitais de elevação, imagens de satélites, arquivos vetoriais sobre a cidade de Caicó e dados de chuva de postos pluviométricos. A priori, foram analisadas as características morfológicas dos sistemas de drenagem urbana da cidade, em seguida, a frequência dos eventos pluviométricos registrados em Caicó em uma série histórica de 30 anos, o que possibilitou estabelecer diferentes cenários de precipitações e tempos de retorno de cada evento pluviométrico com suas respectivas frequências. Para análise do uso do solo, realizou-se procedimentos de classificação supervisionada de imagem e vetorização em tela, utilizando cenas do sensor WPM do CBERS 4A, que dispõe de 8 metros de resolução espacial nas câmeras multiespectrais e 2 metros de resolução espacial na banda pancromática. As classes de uso do solo definidas no estudo foram: vegetação densa (12%), vegetação rala e pastagem (55%), edificações (13%), arruamentos (3%), corpos hídricos (4%), solos expostos e afloramentos rochosos (13%). Neste estudo aplicou-se ainda o método SCS-CN em conjunto com modelos hidrológicos de simulação de escoamento superficial, que permitiu ainda estimar o escoamento superficial médio e a descarga d’água máxima de cada bairro da cidade de Caicó, para diferentes cenários de eventos pluviométricos e condições de umidade antecedente, onde foram considerados um evento de 107 mm (cenário I), um evento de 56 mm (cenário II) e um evento de 29 mm (cenário III). Possibilitando inferir que pequenos eventos pluviométricos podem não produzir escoamento suficiente para configurar áreas de inundações e alagamentos em virtude de condições de umidades secas, porém eventos extremos com altos índices pluviométricos tendem a configurar áreas de suscetibilidade a inundações e alagamentos mesmo em condições de umidades secas. |
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