Padrões ecológicos e diversidade de borboletas em florestas tropicais secas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Larissa Nascimento dos Santos
Orientador(a): Cardoso, Marcio Zikan
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31973
Resumo: Ecossistemas secos são biodiversos e estão distribuídos em todo o globo, sendo a sazonalidade climática uma forte característica ambiental, que impõe aos organismos desafios adaptativos às estações e variações fisionômicas. No entanto, são escassos estudos de comparações taxonômicas e ecológicas em grandes escalas. O objetivo deste trabalho foi o levantamento do esforço de pesquisa sobre as borboletas (Lepidoptera: Papilionoidea e Hesperioidea), para identificar as principais lacunas temáticas e geográficas de pesquisa em ecossistemas tropicais secos, e comparamos a distribuição geográfica da riqueza de borboletas (Papilionoidea). Para tanto, utilizamos metodologia cienciométrica, a partir de palavras-chave em inglês englobando Florestas Secas e Savanas (Pennington et al. 2018) e o táxon borboletas, na plataforma ISI Web of Knowledge. Coletamos informações de 167 estudos triados e mapeados, publicados entre 1981 e 2019. A maioria dos trabalhos foi realizada no Brasil (n = 41, 24% do total), México (n = 21, 13%), Malawi (n = 19, 11%) e Austrália (n = 19, 11%), sendo 71% dos estudos (n = 118) de escala local e 16,8% (n = 28), regional. As interações ecológicas (n = 31, 18,6%) e história de vida (n = 23, 13,8%) foram os principais temas, e Nymphalidae (n = 61, 36,5%), Hesperiidae e Lycaenidae (ambas n = 13, 7,8%) as famílias mais estudadas. Encontramos, principalmente nas Américas, inventários, estudos ecológicos de comunidades e de interações, como de mirmecofilia e plantas hospedeiras associadas com Lycaenidae e Pieridae. Enquanto vários estudos fenológicos e evolutivos foram testados com espécies de Satyrinae na região africana, e estudos sazonais e biogeográficos, na australiana, inclusive comparativos com outros taxa, como aves e mamíferos. Algumas das áreas mais ricas estão no México e Austrália. Comparando a riqueza de espécies de borboletas entre domínios zoogeográdicos, a América Central se diferencia dos demais em número de espécies, com média de 261 espécies (domínio Neártico) e 105 espécies (Panamenho), seguida das savanas africanas (136,4 espécies). As Florestas Secas são mais ricas em espécies de borboletas (média 138,2) do que Savanas (115,3), corroborando com nossa hipótese de maior riqueza em ambientes mais heterogêneos e menos instáveis. Os ecossistemas secos são altamente sazonais e ricos em processos adaptativos. Considerando os temas menos abordados, fragmentação (n = 4, 2,4%) e impactos antrópicos (n = 3, 1,8%), alertamos para necessidade de investigação sobre mudanças ambientais em diferentes escalas, como também, efeitos da fragmentação florestal sobre as comunidades biológicas e conservação.