Turismo e povos tradicionais: perspectivas territoriais na Comunidade Quilombola do Cumbe/CE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Anderlany Aragão dos
Orientador(a): Miller, Francisca de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25691
Resumo: Diante das reorientações do uso e ocupação territorial para instituição da prática turística e das modificações decorrentes nas terras tradicionalmente ocupadas por comunidades quilombolas a partir da instalação de grandes empreendimentos, objetivou-se compreender como o turismo atua nos processos desterritorializantes e reterritorializantes decorrentes em tais territórios. Para tal, foi investigada a Comunidade do Cumbe/CE por meio de observação participante, entrevistas semiestruturadas com os residentes e questionários com os visitantes. Percebeu-se, assim, que o turismo convencional, tal como os grandes empreendimentos, viabiliza uma distribuição desigual de custos e benefícios na qual os custos recaem majoritariamente sobre a comunidade, enquanto os benefícios são usufruídos pelos “não comunitários”, sejam estes empresários ou turistas. Tais custos são ilustrados pelos impactos socioambientais sobre as terras que asseguram reprodução simbólica e de subsistência, implicando na precarização de tais ambientes. Destaca-se, ainda, a privação territorial a partir da privatização de acessos dada mediante compra de terras por empresários e veranistas e, ainda, à exclusão dos cumbenses em espaços voltados às práticas turísticas justificadas pela assimetria socioeconômica entre a comunidade e os visitantes. No entanto, frente à recente mobilização da comunidade na autogestão do turismo, percebeu-se que tal atividade passa a atuar como instrumento reterritorializante a partir do reforço étnico promovido pelo cultivo do caráter local nas práticas turísticas, da instituição de condições que viabilizam coexistência da atividade turística e das práticas econômicas tradicionais, além da promoção de maior visibilidade acerca dos conflitos territoriais decorrentes na comunidade.