A força e a chuva feminina em um sertão bem masculino: imersão performática nos ritos de passagem de Bia Mulato pela mitodologia em arte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nunes, João Vítor Ferreira
Orientador(a): Lyra, Luciana de Fátima Rocha Pereira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27463
Resumo: Ao redor do mundo, enquanto pesquisadoras buscavam respostas sobre os fenômenos que há no universo exterior, Carl Gustav Jung (1984a ; 2000b ; 2012c ; 2013d ), psiquiatra suíço, realizava uma pesquisa inversa, questionando-se acerca dos fenômenos em nosso interior. Jung dedicou parte de sua vida a esta pesquisa, descobrindo que no interior masculino há uma dimensão do feminino em contínua retroalimentação. Para nomear essa dimensão feminina, apropriou-se da palavra Ânima, que se pode traduzir por Alma e é oriunda do latim. Integrada a esta proposição junguiana, reconhecendo e valorizando a minha feminilidade como pesquisadora, desde 2013, inaugurei uma busca por processos de criação nas artes da cena que tivessem como mote a provocação dessa dimensão anímica em mim, na intenção de desancorar as figuras femininas que se encontram em meu interior. Ao longo de investigações corporais, por cerca de três anos, no contexto da graduação em Teatro da UFRN, desemboquei na figura da minha avó materna, Bibiana Maria da Conceição, conhecida como Bia Mulato. Pois é justamente a figura da cabocla Bia, cuja história de luta e resistência remonta significativos ritos de passagem (GENNEP, 2011), em episódios de violência (FEDERICI, 2004), prostituição (DESPENTES, 2016) e busca de liberdade (ESTES, 1994a ; 2007b ), que vai conduzir esse trabalho dissertativo. Estimulada em laboratórios de criação pela Mitodologia em Arte (2011a ; 2014b ; 2015c ); um complexo de procedimentos de criação de cunho ritualísticos e míticos desenvolvidos pela Profa. Dra. Luciana Lyra, adentrei em experiências corporais que vêm destampando impulsos anímicos, os quais me afinam com minha avó, na provocação de um lugar de escuta entre gerações que, a um só tempo, desembocam no fenômeno da fala pela via da cena.