Interações intraespecíficas de Rhizophora mangle L. e caracterização abiótica em área de carcinicultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Franco, Jeanne Raquel de Andrade
Orientador(a): Praxedes, Sidney Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23478
Resumo: Manguezais são ecossistemas costeiros e estuarinos que pertencem a climas quentes e temperados ou tropicais úmidos, são dominados por espécies lenhosas, fornecem importantes bens e serviços ecossistêmicos e possuem valor socioeconômico. Os manguezais são sensíveis a distúrbios e estão em constante processo de degradação devido à carcinicultura e ao desenvolvimento urbano. Interações entre indivíduos vegetais podem resultar em competição e facilitação interferindo no crescimento, no padrão de distribuição e na sobrevivência das plantas, além de modificar características físico-químicas do ambiente. Variáveis abióticas e bióticas interagem permitindo análise da adaptação das espécies em diferentes condições ambientais, podendo também inferir sobre a intensidade de degradação. O objetivo geral do estudo foi identificar os principais fatores limitantes no crescimento e na sobrevivência de plantas de Rhizophora mangle L. (Rhizophoraceae) em dois ambientes dominados pela espécie e localizados em área de carcinicultura, sendo um com presença de árvores e copa fechada, e outro aberto com plantas jovens e subarbustivas. Foram realizados dois monitoramentos com seleção de parcelas e plantas em cada ambiente, totalizando 90 indivíduos, para quantificar o crescimento ao longo do tempo através de medidas da altura, número de ramos e diâmetro a 30 cm do solo. Para as variáveis abióticas foram feitas medidas da temperatura e pH do solo, luminosidade, salinidade, velocidade do vento, temperatura do ar e penetrabilidade do solo nas parcelas de cada ambiente aberto e fechado por 12 meses. Indivíduos adultos de R. mangle foram competidores interferindo no crescimento de plantas jovens da mesma espécie através da limitação de luz e do estresse advindo do acúmulo de sedimentos. Em ambiente aberto, com plantas jovens apresentando mesma idade e distribuídas de forma agregada, ocorreu facilitação com redução de condições estressantes devido à maior incidência de radiação solar e temperatura desse ambiente, e também competição através de alta densidade de plantas. Devido a essas interações positivas e negativas agindo simultaneamente, o efeito final da densidade-dependência no crescimento de plantas do ambiente aberto foi neutro. Além disso, temperaturas médias de 30°C, pH do solo com valores entre 5,5 e 6,5 e salinidade com cerca de 35 ppm foram fatores que beneficiaram o crescimento das plantas ao longo do tempo em ambiente aberto através da fotossíntese, de adaptações fisiológicas e possível melhor assimilação de nutrientes do solo. Esses resultados ajudaram a entender as características ambientais que facilitam e interferem na recuperação de áreas degradadas pela carcinicultura.