Sismoestratigrafia rasa de sucessões estuarinas do Rio Potengi (NE do Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rocha, Isabelle Caroline Barros da
Orientador(a): Gomes, Moab Praxedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25120
Resumo: O conhecimento dos ambientes deposicionais estuarinos modernos é fundamental para o estudo das planícies costeiras e plataformas continentais. As sucessões estuarinas podem registrar condições hidrodinâmicas marinhas e fluviais, bem como podem ser utilizadas como indicadores de variações nas taxas de subidas ou rebaixamento do nível do mar. Adicionalmente, os estudos de estuários são úteis para o planejamento do uso e ocupação estratégica das zonas costeiras e hidrografia, manejo ambiental e estudos de ambientes análogos a reservas de hidrocarbonetos. A sísmica de alta resolução é um método geofísico que vem sendo amplamente utilizado como uma ferramenta chave na modelagem sismo-estratigráfica em estuários modernos. O presente trabalho tem como objetivo à compreensão da evolução das sucessões estuarinas do Rio Potengi no Pleistoceno/Holoceno e sua relação com a última subida do nível do mar bem como a dinâmica sedimentar estuarina rasa para o refinamento dos modelos de sistemas deposicionais estuarinos modernos tropicais. Foram adquiridos 65 km de linhas sísmicas longitudinais e transversais ao canal principal do estuário do Rio Potengi com os equipamentos Boomer, Sparker e Chirp e perfurado um testemunho com o método percussão. A faixa da frequência durante a aquisição do Boomer foi de 1kHz a 2kHz, Sparker próxima a 3,7 kHz e Chirp de 0,5-7,2kHz. Os dados adquiridos foram processados pelo software ReflexWin 8.0 e com a melhor visualização dos perfis sísmicos foi possível identificar elementos arquiteturais característicos de depósitos estuarinos. Através da análise dos perfis foram identificadas três unidades sísmicas principais a UA, UB e UC que foi subdivida em UC1 e UC2 e três horizontes o HI, HII e HIII que preenchem o vale estuarino. A unidade UA é caracterizada pela baixa frequência, continuidade lateral e alta amplitude com refletores caóticos sendo interpretada como o assoalho do vale fluvial. O horizonte HI foi interpretado como uma superfície transgressiva de ravinamento formada quando a taxa de subida relativa do nível do mar desacelerou e erodiu o substrato há 10 mil anos atrás. Após essa fase o nível do mar continuou a subir e o vale fluvial começou a ser preenchido por sedimentos que formam a UB. A UB é caracterizada por moderada continuidade lateral, amplitude e frequência com refletores em downlap, onlap e truncamento erosivo. O horizonte HII foi encontrado acima da UB e é interpretado como uma nova superfície de ravinamento formada há 9 mil anos atrás. Com a continua subida do nível do mar, o vale continuou sendo preenchido pela unidade sísmica UC1 que é caracterizada pela alta continuidade lateral, frequência e moderada amplitude com refletores sigmoidais relacionados a fluxos canalizados e deposição subparalela. O horizonte HIII foi identificado acima a UC1 e interpretado como uma superfície de ravinamento formada há 8 mil anos atrás. Por fim, a UC2 é caracterizada pela alta continuidade lateral, frequência e amplitude relacionadas aos braços de acreção lateral dos manguezais com refletores plano-paralelos.