Produção de celulases e xilanases por uma nova espécie fúngica - Achaetomium lippiae URM 7547 - utilizando a fibra de coco verde pré-tratada por explosão a vapor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Azevedo, Beatriz de
Orientador(a): Santos, Everaldo Silvino dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/48367
Resumo: Os microrganismos endófitos, que podem ser bactérias, fungos ou protozoários, são pouco estudados. Estima-se que existam mais de 250.000 diferentes espécies de plantas e um milhão de endofíticos no mundo, o que caracteriza uma média de quatro espécies associadas para cada espécie vegetal. Por estarem dentro da planta, esses microrganismos podem ser uma rica fonte de biomoléculas de interesse industrial, como é o caso da produção de enzimas hemiceluloliticas. Neste contexto, este estudo foi o primeiro a estudar a espécie fúngica endofítica Achaetomium lippiae URM 7547, tendo por objetivo avaliar a produção de celulases e xilanases em fermentação submersa (FSm) utilizando como substrato a fibra da casca de coco verde pré-tratada por explosão a vapor. Inicialmente avaliou-se o potencial de A. lippiae URM 7547 em produzir hidrolases (amilase, lipase, protease, celulase, xilanase e pectinase) em meios de cultivo sólido (72 h a 30 °C) com substratos indutores específicos. Como controle, para comparação de resultados, utilizou-se o crescimento do fungo Thricoderma reesei CCT 2768 sob mesmas condições de indução. A. lippiae URM 7547 apresentou-se como um potencial produtor de amilases, proteases e celulases, com um índice enzimático (IE) maior que 1,5, assim como o T. reesei CCT 2768. Quantificou-se também o rendimento de conversão de substrato em biomassa celular (Yx/s) de A. lippiae URM 7547 e sua velocidade máxima de crescimento (µmáx) em meio líquido contendo glicose ou xilose em três concentrações e meios nutrientes com fontes de minerais e nitrogênio variadas com o intuito de verificar se o fungo é adepto a cultivos submersos e qual a melhor condição para seu crescimento. Os melhores resultados para o meio líquido contendo glicose foi em 96 h de cultivo no meio contendo peptona e extrato de levedura, com Yx/s iguais a 0,062 ± 0,04 g.g-1, 0,072 ± 0,04 g.g1, e 0,076 ± 0,03 g.g-1, para as concentrações iniciais de 5, 10 e 20 g.L-1 de açúcar, respectivamente. Para o meio contendo xilose, o melhor resultado foi durante 144 h de cultivo, com valores de Yx/s iguais a 0,52 ± 0,08 g.g-1, 0,59 ± 0,09 g.g-1 e 0,65 ± 0,03 g.g-1 para 5, 10 e 20 g.L-1, respectivamente, no mesmo meio contendo peptona e extrato de levedura. Por fim, conduziu-se o pré-tratamento da biomassa de coco verde e a FSm para produção de celulases e xilanases. A caracterização lignocelulósica da fibra de coco verde in natura e após o pré-tratamento por explosão a vapor indicou que houve uma diminuição de 14% de extraíveis na fibra pré-tratada em relação à fibra in natura, visto esses materiais serem de fácil remoção por solventes. Houve ainda um aumento em 8% no teor de celulose e uma diminuição de 6% de hemicelulose, enquanto a lignina permaneceu estatisticamente igual (p>0,05). Na FSm, as condições de 33 °C, concentração inicial de esporos de 109 mL-1, e 30,0 g.L-1 de biomassa pré-tratada foram as que levaram a um melhor rendimento com relação às quatro enzimas quantificadas, com atividades enzimáticas (U.mL-1) de 0,41 ± 0,06, 5,94 ± 0,31, 0,08 ± 0,03 e 9,12 ± 0,28 para FPase, CMCase, celobiase e xilanase, respectivamente. Por fim, A. lippiae URM 7547 demonstrou ser um bom produtor de celulases e xilanases, além de outras enzimas hidrolíticas como é o caso de amilases e proteases, com um ótimo rendimento de crescimento em meios submersos.