Extração de compostos fenólicos do resíduo de caju (Anacardium occidentale L.) visando aplicação cosmética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alves, Fábia Rafaella Silva
Orientador(a): Lima, Adley Antonini Neves de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57514
Resumo: O resíduo de caju (Anacardium occidentale L.) é um subproduto agroindustrial com uma composição rica em celulose, hemicelulose e lignina, além de importante fonte de compostos fenólicos, o que abre possibilidades para geração de produtos de valor agregado. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo obter um extrato rico em compostos fenólicos a partir do resíduo de caju (RC), empregando extração assistida por enzima (EAE) como método sustentável, para aplicação cosmética. O RC foi submetido aos pré-tratamentos de água quente líquida (AQL) e explosão de vapor (EXP), e caracterizado por FTIR, DRX e composição lignocelulósica. Em seguida, a EAE do RC pré-tratado foi avaliada usando coquetel celulolítico. Os efeitos da carga enzimática, carga de sólidos e tempo de incubação foram investigados e otimizados através do delineamento composto central rotacional 23 . Os extratos foram avaliados quanto à composição fenólica, atividade antioxidante in vitro, atividade antioxidante celular, teor de açúcares e citotoxicidade. Os resultados demonstraram que os prétratamentos modificaram a estrutura do resíduo, pela remoção de frações amorfas, tornando o material mais acessível às enzimas. Ademais, o pré-tratamento por AQL associado ao coquetel enzimático favoreceu a maior liberação de fenólicos da biomassa lignocelulósica (75,13 ± 3,5 mg EAG/L) e maiores atividades antioxidantes, correspondentes a 72,81% para o sequestro do radical DPPH e 241,04 ± 1,7 µM EQ Trolox/L para sequestro do radical ABTS. O planejamento experimental demonstrou que maior tempo de incubação (80 h) e carga de sólidos (8% e 10%, m/v) contribuíram para o aumento do teor de compostos fenólicos, obtendo-se, na condição ótima, a concentração de fenólicos de 150,38 ± 10,0 mg EAG/L. Além disso, o extrato de caju demonstrou atividade antioxidante, avaliada por diferentes mecanismos, com capacidade de quelação de ferro, sequestro de radicais DPPH e ABTS apresentando correlação linear com a concentração de sólidos. Os extratos também apresentaram atividade antioxidante celular, correspondendo a 36,03% de inibição de Espécies Reativas de Oxigênio para o extrato obtido com 8% de sólidos. Esses resultados são importantes indicativos de uma possível aplicação antienvelhecimento, abrindo perspectivas para formulações futuras. Além disso, o extrato demonstrou ser atóxico, com viabilidade celular maior que 95% em linhagem celular de fibroblastos MRC-5. Portanto, a extração de compostos fenólicos assistida por enzimas a partir de RC mostrou-se viável e exequível. Do ponto de vista mercadológico, esta pesquisa contribui para o desenvolvimento de produtos e processos mais eficientes e ambientalmente sustentáveis, otimizando o emprego de recursos para obtenção de substâncias bioativas para o desenvolvimento de novos produtos cosméticos.