Entre a matéria e a forma: o problema da objetividade dos fenômenos quânticos em Werner Heisenberg

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cabral, João Edson Gonçalves
Orientador(a): Alves, Daniel Durante Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29035
Resumo: Esta pesquisa procura problematizar a interpretação conceitual de Werner Karl Heisenberg (1901-1976) em torno do problema da objetividade dos fenômenos quânticos, ou seja, em torno do antigo problema metafísico que remonta à filosofia grega, de investigar os últimos constituintes da natureza, o que, no caso de Heisenberg, significa indagar o estatuto filosófico-ontológico das vinte e cinco partículas elementares conhecidas em seu tempo. Heisenberg defende a ideia segundo a qual as partículas elementares são, em última instância, formas matemáticas que a energia deve assumir a fim de tornar-se matéria, o que aproxima sua interpretação ao modo como Platão concebia as formas puras, ou eidos. Nossa pesquisa procura problematizar a interpretação idealista de Heisenberg, e discutir as variadas facetas que estão envolvidas e implicadas neste seu posicionamento filosófico idealista. Por fim, defendemos a ideia da existência de uma tensão interna entre as posturas do filósofo Heisenberg que defende uma aproximação com as formas de Platão, para o problema da objetividade dos fenômenos quânticos, e do físico Heisenberg que aceita indiretamente um fundo objetivo material inerente aos fenômenos quânticos. Defendemos ainda que a estratégia de superação dessa tensão interna entre a física e filosofia, ou entre matéria e forma, em Heisenberg, constitui-se no que denominamos de atitude pragmática de Heisenberg, que consiste em preservar, simultaneamente, uma posição epistemológica-positivista no âmbito da física quântica, o que significa manter-se nos estreitos limites do que é possível conhecer pela observação, e uma posição ontológico-metafísica, no âmbito da filosofia, isto é, a posição de buscar as respostas últimas em relação a tudo o que existe.