Primos, Pets ou Pestes? A relação entre Humanos e macacos-prego dentro e fora da Internet

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nunes, Vitória Fernandes
Orientador(a): Lopes, Priscila Fabiana Macedo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44826
Resumo: Atualmente mais da metade de todas as espécies de primatas do mundo estão ameaçadas de extinção devido a interferências antropogênicas. Entre as maiores ameaças estão o desmatamento para avanço da monocultura/pasto e urbanização e a caça e/ou apanha ilegal para o comércio de pets. Os macacos-prego são um dos primatas mais traficados no Brasil, e a erradicação de seu ciclo de apreensões requer uma abordagem multifacetada que busque analisar as variadas escalas da relação humanos-primatas. Esta dissertação teve o objetivo de primeiramente traçar um quadro geral da relação interespecífica entre humanos e gêneros de primatas brasileiros através de uma revisão de artigos de cunho Etnoprimatológico realizados em território nacional. Estudos realizados em ambiente rural e urbano mostram diferenças nos tipos de interações que descrevem: forrageio em lixo por primatas e oferta de alimentos por humanos acontecem em áreas mais urbanizadas e relações simbólicas e crenças místicas acerca de primatas não-humanos são descritos mais em assentamentos rurais e indígenas. Macacos-prego, sendo generalistas e semi-terrestriais, foram os mais citados e com a maior diversidade de interações, incluindo a de conflito, com seres humanos, tais como forrageio em lixo, invasão de casas e lavouras, caça e envenenamento. Em seguida, através de palavraschaves e ferramentas de Crowdsourcing em três dos maiores aplicativos de mídias sociais da Internet, foi feito um levantamento de todas as notícias e reportagens envolvendo estes primatas no Google, assim como a descrição dos contextos de exposição mais comuns e populares em vídeos e fotos no YouTube e Instagram. Encontramos que o tipo de conteúdo com maior engajamento nas Redes Sociais apresenta indivíduos em ambiente doméstico e como animais de estimação (70,97%), e que notícias envolvendo o comércio (legal e ilegal) destes primatas em sites de reportagens apresenta curva de crescimento exponencial ao longo dos anos. Destacam-se os impactos negativos que a conjunção dos quadros de proximidade urbana crescente, interações conflituosas (e.g., invasão domiciliar), comércio de pets exóticos e exposição nas redes sociais podem ter no engajamento público em futuras estratégias de divulgação científica, educação ambiental e conservação destas espécies.