Perfil transcricional e alterações histopatológicas na Leishmaniose visceral canina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Nascimento, Paulo Ricardo Porfirio do
Orientador(a): Jerônimo, Selma Maria Bezerra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOQUÍMICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23361
Resumo: Introdução: Os cães são considerados os principais reservatórios domésticos de Leishmania infantum no Brasil e apresentam um amplo espectro de manifestações clínicas, variando de perda de peso, anemia grave, hepatoesplenomegalia e lesões dérmicas disseminadas. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de expressão gênica em células do baço e do sangue periférico de cães naturalmente infectados por L. infantum e investigar as alterações histopatológicas no baço, fígado, intestino e pele, visando identificar possíveis vias imunorreguladoras envolvidas na patogênese da LVC. Metodologia: Vinte e um cães oriundos do Centro de Controle de Zoonoses de Natal-RN foram estudados e um subgrupo destes animais (n=8) foi utilizado para estudos de expressão gênica global. A carga de Leishmania nos diversos tecidos, foi estimada por qPCR e cultura para Leishmania foi realizada. O RNA total do baço e do sangue periférico foi extraído e as bibliotecas de cDNA foram obtidas e sequenciadas em plataforma Illumina. As sequências obtidas foram filtradas e alinhadas contra o genoma de Canis familiaris pelo software Bowtie. A expressão gênica diferencial foi analisada usando o protocolo do Cufflinks, a anotação funcional e as características moleculares dos genes foram obtidas no banco de dados Gene Ontology e KEGG através do pacote STRINGdb. Fragmentos de fígado, duodeno, pele e baço foram coletados, processados e corados com hematoxilina/eosina e imunofluorescência para análises histopatológicas. Resultados: As cargas parasitárias estimadas para baço e fígado apresentam correlação, porém não há correlação entre a carga parasitária destes tecidos com aquela presente no sangue. Aproximadamente 756 genes se mostraram super expressos no baço de animais sintomáticos, como CTLA4, CCL2 e IL27; além destes, cerca de 1.190 genes apresentaram expressão reprimida neste mesmo grupo, como BMP6, C1QB e C1QC. As vias de ativação de células NK, receptores dos tipos Toll-like e NOD-like expressas no baço de animais sintomáticos estavam com expressão elevada, enquanto as vias de síntese de âncoras de GPI e ativação do imunoproteossoma estavam reprimidas. A progressão da LVC resulta em desorganização da citoarquitetura do baço, com perda parcial da delimitação entre polpa branca e vermelha. É observado infiltrado inflamatório no fígado, duodeno e pele. Validando o achado do transcriptoma, foi observada por imunofluorescência a presença de CTLA4, CCR7 e NLRP3 no baço de animais sintomáticos. Conclusões: A desregulação de mecanismos tipicamente associados à imunidade inata pode estar diretamente envolvida na patogenia da LVC. Além disso, uma alta eficiência no processamento e apresentação de antígenos parecem ser responsáveis, pela resistência ao desenvolvimento dos sinais clínicos e integridade tissular durante a infecção por L. infantum em cães.