S. Bernardo dos ventos uivantes: um percurso marxista no calor da luta de classes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paiva, Kalina Alessandra Rodrigues de
Orientador(a): Falleiros, Marcos Falchero
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28344
Resumo: S. Bernardo dos Ventos Uivantes: um percurso marxista no calor da luta de classes propõe uma leitura ensaística e comparativa entre O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë, e S. Bernardo, de Graciliano Ramos. Costurada com a perspectiva marxista, a tese ressalta as formas de percepção filosóficas dos séculos XIX e XX, a mentalidade social e a ideologia de suas respectivas épocas, e seus reflexos estéticos no resultado literário. Para tanto, como objetivo geral, buscou estudar as formas literárias do romance nos referidos séculos, analisando o espaço social em que as obras foram gestadas, investigando contexto, relações de produção e estética como pontuadores das narrativas, observando de que forma a mentalidade social dessas épocas são condicionadas pelas relações sociais. Além disso, visou confrontar o tempo do enunciador e o tempo da enunciação como estratégias para o desdobramento das narrativas, sob a forma de memórias, apontando elementos estéticos como demarcadores das relações de poder, tanto refletidos na linguagem, quanto na estrutura dos romances, demonstrando, assim, o uso da memória como meio de captação de tempo e de espaço específicos e o modo como as relações de classe são experienciadas, legitimadas e perpetuadas. As escolhas metodológicas valeram-se de ampla pesquisa bibliográfica relativa ao tema, reportando-se a outras obras literárias como contraponto, recorrendo ao método materialista dialético-literário, sob o crivo do pensamento marxista como também de autores posteriores que se vincularam a Marx através de desdobramentos de suas teorizações. Como resultado, a título de contribuição acadêmica, apresenta uma visão sobre a propriedade privada como constituinte de identidades e propõe um conceito – de empoderamento narrativo – que se estende para qualquer obra literária que tenha sido produzida em contextos históricos nos quais há silenciamento de falas; nos quais há luta pela igualdade civil; ou nos quais se vive em regimes opostos ao Estado democrático de direito. Bosi, Eagleton, Konder, Marx, Engels, Federici, Löwy, entre outros, proporcionaram o embasamento deste trabalho.