Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Sampaio, Ana Lígia Pessoa |
Orientador(a): |
Acchar, Wilson |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29500
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Resumo: |
O estado do Rio Grande do Norte, apesar de pequeno, é atravessado por duas Zonas Bioclimáticas que possuem uma intensa carga solar como características em comum, mas se contrapõem em pontos como a necessidade de massa térmica e o tamanho das aberturas para se alcançar o conforto térmico, são elas a Zona Bioclimática 07 e a Zona Bioclimática 08, universo de estudo deste trabalho. Nesse contexto, as técnicas construtivas populares modernas não conseguem suprir os requisitos necessários para se atingir o conforto na região, ignorando aspectos que vão desde os socioculturais aos bioclimáticos. A busca de novas formas de se construir no Rio Grande do Norte deveria considerar soluções que fomentem o fortalecimento da identidade local e que valorizem não só sua população, como também elementos intrínsecos e particulares da região, como clima, território e cultura, em oposição às técnicas que incentivam a produção em massa de edificações observada na contemporaneidade. Destaca-se, nesse contexto, o barro como material de construção, abundante e que guarda em suas raízes as respostas para as fragilidades das técnicas atuais, porém bastante estigmatizado no setor da construção civil. Paralelamente, algumas qualidades observadas no estudo da substituição da água por manipueira, resíduo da lavagem da mandioca geralmente descartado, indicam sua potencialidade para ser aplicada junto ao solo, cujo “efeito cimentício” pode equilibrar as suas fragilidades. Logo, o objetivo desse trabalho é propor um sistema construtivo em terra baseado no Brickeradobe com incorporação de manipueira em substituição à água com o intuito de explorar uma técnica que permita empregar o solo para construção, mas que seja adaptável ao padrão de vida contemporâneo, garantindo ainda elevada massa térmica e outras propriedades termoacústicas sem comprometer o custo da obra. Nesse cenário, este trabalho percorreu o sistema construtivo proposto sob duas óticas: quanto ao contexto bioclimático, com foco nas condições climáticas; e quanto às propriedades dos materiais construtivos, estudou-se sua forma, constituição, resistência mecânica e o tratamento das suas superfícies. Para isso, partiu-se de um estudo de referência e de pesquisa experimental em laboratório de forma a se caracterizar os materiais em função de suas propriedades não só físico-mecânicas, mas também químicomineralógica, em que se levou em consideração a fôrma, o invólucro e a composição química, sendo esta última definida através das propostas de formulações e após realizados os ensaios mecânicos. Para avaliação do desempenho termoacústico, foram construídos dois protótipos de casas com 1 m² de área interna e 1,50 m de altura, em que também se procurou mensurar tempo de execução e custos. Entre os principais ensaios realizados, o de resistência à compressão simples foi feito aos 07 dias e aos 28 dias, o de absorção de água por capilaridade e de condutividade térmica aos 28 dias para composições de solo e água (SA), solo e manipueira (SM), solo com 10% de cimento e água (CA) e solo com 10% de cimento e manipueira (CM). Todas as formulações apresentaram resultados de resistência à compressão acima de 1 MPa, sendo três delas acima de 2 MPa e a composição SM obteve valores de resistência semelhantes à da formulação de CA, ressaltando-se o potencial da manipueira como acelerador de reações por favorecer algumas trocas catiônicas, além de melhorar a trabalhabilidade do material e facilitar sua compactação, gerando blocos mais densos. Os blocos SA, apesar de boa resistência à compressão, perderam muita massa quando secos, apresentando-se muito esfareláveis. Assim, a utilização da manipueira trouxe melhorias significativas por agir exatamente nas fragilidades do solo ao funcionar como uma resina, melhorando sua compactação e diminuindo a perda de massa. Quanto às propriedades térmicas, foram avaliados ainda a Resistência Térmica, Transmitância Térmica, Fator de Calor Solar e Atraso Térmico dos blocos isolados e no contexto dos protótipos. Observou-se uma considerável diminuição da amplitude térmica no cenário sem ventilação e um comportamento similar com o sistema ventilado. A melhor compactação do material com o uso da manipueira também garantiu um maior isolamento acústico ao bloco e o custo da obra reduziu cerca de 28%. |