Análise da relação entre saúde mental e trabalho de docentes universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Danielle Loren
Orientador(a): Guimarães, Jacileide
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21921
Resumo: A saúde mental e o trabalho têm sido temas de grande relevância em estudos e pesquisas, uma vez que o adoecimento mental do trabalhador está cada vez mais presente no cotidiano laboral, gera afastamentos por longos períodos, e causa prejuízos tanto para o empregador, quanto para o próprio trabalhador e a sua rede de relações. A docência é considerada uma profissão com risco físico e mental, e que merece uma atenção especial voltada à saúde desses profissionais. Então, pretendese com esse estudo analisar a relação entre o trabalho e a saúde mental de docentes de uma instituição pública federal de ensino superior. Trata-se de um estudo de caráter descritivo exploratório com abordagem qualitativa, que foi dividido em duas fases. Na primeira fase, foi realizada uma pesquisa documental com o levantamento dos afastamentos por licença para tratamento da própria saúde dos servidores da UFRN, por CID F (Transtornos Mentais e Comportamentais) no período de 2010-2014, através de relatório gerencial obtido do Sistema da Administração Pública Federal (SIAPE SAÚDE). Na segunda fase do estudo, foi realizada uma pesquisa de campo, junto aos docentes, através de uma entrevista semiestruturada com questões norteadoras acerca de prazer e sofrimento no trabalho. Para a análise das entrevistas, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, do tipo análise temática, proposta por Minayo (2013), e a teoria da Psicodinâmica do Trabalho segundo Dejours (1992), como referencial teórico. O período de coleta de dados compreendeu entre novembro/2015 a junho/2016. Os resultados da primeira fase demonstraram que os transtornos mentais e comportamentais têm ocupado os primeiros lugares das causas de afastamento do trabalho por motivo de saúde dos servidores da UFRN (técnicosadministrativos e docentes), e chegou a ser em 2014, 25% das ocorrências de licença para tratamento da saúde. Os diagnósticos mais frequentes nos afastamentos foram o transtorno misto ansioso e depressivo (F 41.2), o episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos (F 32.2) e o transtorno depressivo recorrente, episódio atual grave sem sintomas psicóticos (F 33.2). Quanto à segunda fase, foram extraídas duas categorias de análise: o sofrimento e o prazer no trabalho docente, com três subcategorias correspondentes a cada uma, quais foram: Produtivismo acadêmico – “Publicar ou perecer”; Professor: um ser onipresente?; Desgastes nas relações de trabalho; O encanto da sala de aula; O reconhecimento e Vivências que promovem qualidade de vida no trabalho. Diante dos resultados, pode ser percebido que os docentes, apesar do sofrimento vivenciado no trabalho, das condições de desconforto, de mal-estar, por vezes culminando até em adoecimento, reconhecem o seu trabalho como estimulante, como uma mola propulsora, que dá sentido à sua existência, e que o simples fato do ser professor e do exercício da docência puderam ser considerados por eles, como promotores do prazer e da qualidade de vida no trabalho.