Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Alves, Roberta Machado |
Orientador(a): |
Mirabal, Isabelle Ribeiro Barbosa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
|
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33368
|
Resumo: |
A respeito dos agricultores e das populações rurais, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e o maior custo dos tratamentos psiquiátricos contribuem para que sejam negligenciados alguns cuidados relacionados à saúde mental. Além disso, características estressoras do ambiente laboral, como as longas distâncias, o isolamento, a dificuldade em desenvolver outra atividade laboral, o declínio da economia, a renda irregular e a exposição a pesticidas refletem no desenvolvimento de transtornos. Buscou-se identificar a prevalência e os fatores associados ao Transtorno Mental Comum e ao uso abusivo do álcool entre agricultores residentes em um município de médio porte no nordeste do Brasil, durante o ano de 2019 e 2020. Entrevistadoras treinadas aplicaram o questionário padronizado em 450 participantes. Investigaram-se características sociodemográficas, de saúde, renda e trabalho. O rastreamento do Transtorno Mental Comum (TMC) foi realizado mediante a utilização do questionário SRQ-20 (SelfReporting Questionaire, sendo o ponto de corte ≥7 para mulheres e ≥5 para homens. O rastreamento do uso abusivo do álcool foi realizado mediante a utilização do questionário CAGE (Cut down, Annoyed by criticism, Guilty e Eye-opener), sendo o ponto de corte ≥ 2. Foi aplicada a Regressão de Poisson com estimação robusta para verificar as razões de prevalências (RP) na análise bivariada e multivariada. A prevalência do TMC entre agricultores foi de 55,1% (IC95% 50,4-59,6). As variáveis que permaneceram significativas e associadas aos TMC foram: ser do sexo masculino (RP= 1,7), ter mais de 60 anos (RP=0,5), ter autoavaliação de saúde ruim ou muito ruim (RP=1,4), ter realizado tratamento anterior para saúde mental (RP=1,2), fazer uso abusivo do álcool (RP=1,2) e ter tido perda de produção (RP=1,3). A prevalência do uso abusivo do álcool entre agricultores foi de 32% (IC95% 27,8-36,4). Fatores como ser do sexo masculino, ter diagnóstico de transtorno mental na família, ser tabagista e usar drogas estiveram associados à maior prevalência do desfecho. Ter 60 anos ou mais esteve associado à menor prevalência do uso abusivo do álcool. Esses resultados indicam a necessidade de suporte social a este grupo de trabalhadores no contexto da saúde ocupacional e apontam que tanto o TMC quanto o uso abusivo de álcool estão associados à fatores individuais e do contexto de vida e trabalho dos agricultores, o que demonstra a importância do suporte social, econômico e dos serviços de saúde a este grupo de trabalhadores. |