Ludwig von Mises como arma política da extrema-direita brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Leonardo Moreira dos
Orientador(a): Santos, Silvana Mara de Morais dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26557
Resumo: O presente trabalho objetiva investigar a influência do autor Ludwig Von Mises, da Escola Austríaca de Economia, na atuação de grupos de extrema-direita no Brasil contemporâneo. Do ponto de vista teórico-metodológico, a pesquisa se fundamenta numa análise crítica e de totalidade do objeto de estudo. A estratégia de investigação utilizada foi a análise documental das propostas do I Congresso Nacional do Movimento Brasil Livre e de autores centrais do sítio do Instituto Von Mises Brasil na internet, desvendando qual a função sociopolítica da divulgação da obra de Ludwig Von Mises na realidade brasileira. A análise recai sobre a atuação política de tais grupos, considerando o seu caráter militante e as suas pautas profundamente neoliberais para um Estado que há mais de vinte anos dedica-se à implementação desse receituário, mesmo que com variações conjunturais ao logo dessas décadas. A pesquisa aborda as características centrais do pensamento desse autor e a forma como estas se inserem na herança do liberalismo clássico do século XIX, bem como sua aproximação com o pensamento conservador. Em sequência, busca-se apreender a formação da dominação burguesa no Brasil e seu papel nas transformações capitalistas, que se iniciam com a industrialização brasileira das primeiras décadas do século XX. Analisa-se os efeitos dessas características da formação sóciohistórica brasileira com a implementação do neoliberalismo no país, que inicia nos anos de 1980 e se consolida na década seguinte. Trata-se, ainda, de analisar as mudanças e continuidades do receituário neoliberal nos governos do Partido dos Trabalhadores, iniciados em 2002, e a crise política, inaugurada pela crise de governabilidade petista em relação intrínseca com a nova crise econômica mundial. Evidencia-se a importância e visibilidade social que tem alcançado as organizações neoliberais voltadas ao desenvolvimento de pesquisa, à difusão ideológica e militante, os chamados Think Tanks, como centro aglutinador de uma extrema-direita, ganhando espaço na estratégia das classes dominantes para o seu novo ciclo político.