Eles não usam Lattes: precarização e invisibilidade social dos trabalhadores terceirizados na UFRN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Tiago Tavares e
Orientador(a): Lindozo, José Antônio Spineli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32761
Resumo: O presente estudo investiga os processos de precarização e invisibilidade social dos trabalhadores terceirizados da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e como ambos se retroalimentam. Para buscar a compreensão do fenômeno, partimos de uma bibliografia crítica sobre o tema do trabalho (MARX, 2010) e sua “flexibilidade” (HARVEY, 2008; ANTUNES, 2017; MÉSZÁROS, 2009) na sociedade contemporânea, marcada pela aporofobia (CORTINA, 2017). Além disso, discutimos alguns relatos dos próprios trabalhadores precarizados, incluindo entrevistas contidas nos livros direcionados ao assunto (COSTA, 2004; DIAS, 2014; NASCIMENTO, 2016). O trabalho externo de limpeza em universidades é invisibilizado, como já pesquisado, mas investigamos aqui como isso se dá com trabalhadores que compartilham os mesmos espaços internos, observando um caso de extrema separação entre trabalho intelectual e manual. Separação operada e observada a partir do cotidiano (HELLER, 2014; GOFFMAN, 2014; SENNETT, 2012; KOSIK, 2010; NETTO, 2007). Entendemos que o locus da universidade deve ser considerado como elemento fundamental na investigação dentro do par conceitual universidade-organização e universidade-instituição (CHAUÍ, 2001). A academia produz e reproduz determinadas teorias e ideias pós-modernas (EAGLETON, 1996; HARVEY, 2008; JAMESON, 1997) as quais afetam a vida social da universidade, reforçando que os trabalhadores nela inseridos sejam, em todos os sentidos, paradoxalmente, comunidade externa.