Utilização de serviços odontológicos no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Galvão, Maria Helena Rodrigues
Orientador(a): Oliveira, Ângelo Giuseppe Roncalli da Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/48586
Resumo: O objetivo do presente estudo foi analisar a utilização de serviços odontológicos no Brasil. Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, transversal, analítico. Os dados individuais foram obtidos das Pesquisas Nacionais de Saúde desenvolvidas nos anos de 2013 e 2019. Os dados foram analisados considerando os pesos amostrais decorrentes de amostras complexas. Para cada estudo, foram desenvolvidas técnicas de análise múltipla que contemplaram os objetivos do estudo. Os resultados foram discutidos em três artigos científicos aceitos para publicação em periódicos e um artigo em fase de finalização. Os resultados encontrados indicam que a população negra, residente na região Norte e Nordeste, de menor classe social e escolaridade apresentam maior chance de ter ido ao dentista há mais de dois anos e de nunca ter ido ao dentista, bem como maior chance de realizar procedimentos odontológicos cirúrgicos ou de urgência na última consulta odontológica. Observou-se em relação às características do domicílio, que morar em área rural, maior aglomeração e menor renda familiar reduziram as chances de ter utilizado serviços odontológicos no último ano. Por outro lado, pessoas que residiam em domicílios cadastrados na Estratégia de Saúde da Família tiveram menor chance de não ter realizado uma consulta odontológica ao longo da vida, ou de terem ido ao dentista há mais de um ano. Ao analisar especificamente a utilização de serviços públicos odontológicos, após ajuste para idade e sexo, a escolaridade, a cor da pele ou raça e a renda familiar demonstraram efeito predisponente na utilização de serviços públicos odontológicos. Os fatores facilitadores foram residir em domicílios cadastrados em equipes de atenção primária ou localizados em áreas rurais. Os fatores de necessidade associados à utilização de serviço odontológico público foram autopercepção de saúde bucal ruim ou péssima e não ter realizado tratamento restaurador no último atendimento odontológico. Em relação aos fatores contextuais, a utilização de serviço público odontológico esteve associada à maior cobertura populacional por equipes de saúde bucal na atenção primária. De forma geral, observamos um acesso desigual aos serviços odontológicos no Brasil. Esse cenário ocorre quando fatores sociais e facilitadores determinam quem utiliza os serviços, em detrimento da necessidade de utilização. Apesar disso, observamos um efeito importante, decorrente da oferta de serviços odontológicos na atenção primária como um fator mitigador de tais desigualdades, o que demonstra um efeito positivo das estratégias adotadas na Política Nacional de Saúde Bucal.