Agricultura familiar e os desafios para o desenvolvimento sustentável: do acesso aos mercados institucionais à resiliência contra choques no sistema alimentar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Chaves, Viviany Moura
Orientador(a): Costa, João Bosco Araújo da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52213
Resumo: Em tempos de crise sanitária, econômica e política, os sistemas alimentares são expostos a choques e tensões que podem comprometer a estabilidade alimentar global. A vulnerabilidade desses sistemas pode interromper as cadeias de abastecimento e os meios de subsistência dos agricultores familiares, agravando a pobreza e a insegurança alimentar (IA) nas áreas rurais. Nesse contexto, a inclusão das famílias agricultoras nos mercados institucionais é vista como uma estratégia eficaz de gestão de riscos para minimizar esses impactos. No entanto, várias dificuldades ainda limitam a participação dos agricultores nesses mercados. Nosso estudo teve como objetivo investigar os desafios enfrentados pela agricultura familiar no acesso aos mercados institucionais e analisar sua capacidade de resiliência frente a choques em um sistema alimentar local. Nossa pesquisa considerou dois produtos finais. No primeiro, por meio de uma revisão sistemática, identificamos que problemas que limitam a participação da agricultura familiar nos mercados institucionais voltados para a alimentação escolar em nível global. No segundo, através de um estudo transversal, analisamos as condições socioeconômicas, de produção e de acessibilidade à políticas agrícolas com a situação de IA dos agricultores familiares situados do estado do Rio Grande do Norte. Realizamos 132 ligações telefônicas com agricultores familiares do estado e a insegurança alimentar foi mensurada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) reduzida. A partir dos 37 estudos incluídos em nossa revisão, identificamos que os problemas mais críticos da aquisição de alimentos locais emergem do setor da agricultura familiar, incluindo produção e comercialização de alimentos, e são agravados por fatores como a falta de investimento e logística ineficiente. Em relação as descobertas do segundo estudo, identificamos que a pandemia agravou a situação de IA, especialmente entre as mulheres com baixa escolaridade e renda. Quanto ao acesso às diferentes iniciativas da agricultura familiar, a situação de IA se sobrepôs a estas medidas de proteção social. Este fato pode ser um indicativo de que estas iniciativas não tiveram força suficiente para frear IA durante o período de crise econômica, política e sanitária e, portanto, a capacidade de absorver os choques no sistema alimentar foi insuficiente.