Grupos florísticos e suas relações ambientais na vegetação sazonalmente seca da caatinga, nordeste da América do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Augusto César da
Orientador(a): Souza, Alexandre Fadigas de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25170
Resumo: Objetivo: A regionalização biogeográfica é uma representação da organização dos organismos no espaço geográfico em função de diversos fatores ecológicos e abióticos. O objetivo foi propor uma biorregionalização da vegetação da Caatinga baseada em dados florísticos, identificando os principais fatores que determinam o padrão de distribuição desses grupos. Localização: domínio fitogeográfico da Caatinga. Métodos: compilamos 266 inventários florísticos que compõe a base de dados “Caaporã”. Os inventários florísticos foram usados para construir uma matriz de espécie por local, e usamos técnicas de ordenação e agrupamento para identificar o número de grupos florísticos na Caatinga. Aplicamos um método de interpolação para mapear eixos de variação composicional em toda a extensão da Caatinga e depois classificamos a dissimilaridade composicional de acordo com o número de grupos florísticos identificado a priori. Além disso, fizemos um UPGMA para verificar a relação entre os grupos. Utilizamos modelos de regressão logística multinomial com critérios de AIC e wAICc para investigar a influência da produtividade contemporânea, complexidade topográfica, mudanças climáticas históricas e pegada humana na explicação dos grupos. Resultados: encontramos um total de 2872 espécies de plantas organizadas em nove grupos florísticos, alguns se distribuem de forma latitudinal (Norte-Sul), enquanto outros são restritos a determinadas regiões específicas na porção sul e oeste do domínio. Os resultados da regressão multinomial mostram que o índice de aridez contemporâneo (IAC) foi a variável que melhor explica o padrão de distribuição dos grupos. Portanto a produtividade foi o modelo significativo que melhor descreve o padrão de distribuição dos grupos. Os modelos avaliando variáveis do solo, topografia e históricas não foram significativos. Conclusões: o padrão de distribuição dos grupos biogeográficos da Caatinga mostrou-se ser determinado em boa parte pela aridez. Devido a sua variabilidade climática e a instabilidade ao longo do domínio é possível que muitos dos grupos florísticos presentes hoje na Caatinga sejam compostos por grupos de espécies provenientes da Mata Atlântica, do Cerrado ou até mesmo da Amazônia. No geral, a regionalização da Caatinga em grupos florísticos fornece uma representação espacial coesiva das distribuições biogeográficas na Caatinga. Portanto, a nossa proposta de classificação juntamente com as demais propostas contribuem para uma melhor compreensão dos padrões de distribuição florística da caatinga e dos processos que regem esses grupos florísticos.