A plasticidade acústica de uma população de Boto - Cinza, Sotalia Guianensis (Van Banédén, 1864) (Cetacea, Delphinidae), na região Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Martins, Dalila Teles Leão
Orientador(a): Silva, Flávio José de Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19919
Resumo: As características do ambiente podem modificar a acústica de uma espécie devido o habitat, período do dia e ano. Por isso, esse estudo investigou as relações entre estações do ano, maré, ciclo diário da maré, períodos do dia e diferentes habitat e as emissões sonoras de S. guianensis. As gravações sonoras ocorreram na Enseada do Curral e Complexo Lagunar de Guaraíras (CLG) no município de Tibau do Sul/RN. Assobios são emitidos com diminuição da frequência durante a estação chuvosa e a maré de sizígia; enquanto, estalidos sofrem aumento. É durante o ciclo diário de maré vazante que assobios, estalidos e gritos apresentam aumento dos parâmetros de frequência. Essas modificações podem estar relacionadas com a turbidez e disponibilidade de presas. Percebeu-se que a noite ocorre aumento considerável da ocorrência de assobios e estalidos provavelmente devido a pouca luminosidade. Além disso, a redução dos parâmetros de frequências dos assobios e estalidos durante a noite permite que o som viaje distâncias maiores já que a visão fica limitada; entretanto, o aumento da frequência mínima seria para precisar a captura das presas em si. A baixa ocorrência dos gritos pode estar relacionada ao tamanho pequeno do grupo no local. As mudanças acústicas a noite pode ser influenciada em parte pelos níveis de iluminação como pela disponibilidade de presas que é maior nesse período. No CLG, as frequências dos assobios são maiores que na Enseada, assim como a frequência inicial dos estalidos o que possibilita uma precisão. Entretanto, a frequência central dos estalidos diminuiu e esse fato pode estar ligado ao rastreamento da área. Vários fatores podem estar associados a essas modificações como ruídos de fundo, propriedades do fundo, entre outros. Esse estudo suporta a hipótese de que S. guianensis apresenta uma plasticidade acústica de acordo com as condições do local onde a espécie está inserida e se adapta as mudanças ambientais.