Sobre a pulsão invocante na reabilitação auditiva com sujeitos surdos: um estudo teórico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pereira, Erick Leonardo
Orientador(a): Medeiros, Cynthia Pereira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22804
Resumo: A pesquisa tem origem a partir da prática clínica, orientada pela psicanálise freudolacaniana, com sujeitos surdos. Os impasses na entrada da linguagem de uma criança surda submetida ao implante coclear levam ao questionamento acerca dos elementos que estão em jogo para que uma representação do som possa existir, permitindo ao sujeito utilizar-se da linguagem oral. A revisão de literatura aponta para as consequências psíquicas da intrusão do implante coclear para a constituição do sujeito e remete a uma reflexão sobre o impacto do mesmo na vida pulsional da criança, delienando o objetivo da pesquisa: abordar a teoria psicanalítica de orientação freudolacaniana acerca das pulsões, mais especificamente a pulsão invocante. Trata-se de uma pesquisa teórica em Freud, Lacan e comentadores. O conceito de pulsão em Freud ocupa um lugar privilegiado, como uma força decisiva para os progressos mentais, em detrimento do conjunto de estimulações externas ao sujeito. A abordagem lacaniana aponta que se a via auditiva não oferece as condições mínimas para a entrada na linguagem, a função escópica do olhar funciona como entrada possível na medida em que a superfície do corpo se configuraria como uma borda contingente ao significante, não se restringindo ao ouvido. Assim, para certos sujeitos o som não se configuraria como matéria-prima para que o significante se inscrevesse no psiquismo, ou poderia evocar cadeias rudimentares. O implante coclear, e a aposta reabilitadora da via sensorial produzida pelo mesmo possibilitando a captação sonora, não se constitui uma garantia, na medida em que a relação que o humano estabelece com a linguagem não consiste na capacidade de articular fonemas orais. Isso nos mostra que a reabilitação do corpo não é pressuposto para a constituição do psiquismo, mas são as experiências primitivas de cada sujeito que lhe permitem construir uma forma muito particular de se representar frente ao Outro.