Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Mari, Mariana Alievi |
Orientador(a): |
Alchieri, João Carlos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20148
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Resumo: |
O desenvolvimento infantil é o resultado da interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Ambiente hostil, renda, estímulos oferecidos, bem como a presença de uma doença crônica são questões que podem interferir significativamente. Considerando as doenças crônicas, podemos identificar a cardiopatia congênita (CC) que se caracteriza por malformações cardíacas anatômicas e funcionas e atualmente tem apresentado uma incidência de até 1% na população de nascidos vivos. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o desenvolvimento infantil e verificar uma associação com o comprometimento por fatores biopsicossociais de crianças com e sem CC. Fizeram parte do estudo crianças de zero a seis anos, divididas em três grupos: Grupo1- 29 crianças cardiopatas congênitas pré-cirúrgicas, Grupo2- 43 crianças cardiopatas póscirúrgicas e Grupo3- 56 crianças saudáveis. Os instrumentos utilizados foram um questionário biopsicossocial e o Teste de Triagem de Denver II. Do total de 128 crianças avaliadas, 66 (51,56%) são meninas, sendo que a idade variou dos dois meses aos seis anos (mediana 24,5 meses). No G1 e G2 houve predomínio de cardiopatias acianóticas (55,2% e 58,1%). Em relação as avaliações do Denver II, as crianças cardiopatas tiveram mais classificações de desenvolvimento “suspeito” e “suspeito/anormal”, sendo que 41,9% das crianças que já passaram por procedimento cirúrgico tiveram seu desenvolvimento caracterizado como “suspeito/anormal”. No grupo das crianças saudáveis 53,6% foram classificadas com perfil desenvolvimental “normal” (p=˂0,0001). Sobre os domínios do Denver II, entre as crianças cardiopatas houve maior alteração nas áreas motoras (p= 0,016, p=˂0,001). As variáveis biopsicossociais que se mostraram relacionadas a um possível atraso no desenvolvimento foram: sexo (p=0,042), idade da criança (p=0,0001) e renda per capita (p=0,019). Não foram encontradas associações entre as variáveis relacionadas ao tratamento da cardiopatia, informação, compreensão da doença e do modo como os pais tratam os filhos. Já no grupo das crianças saudáveis evidenciou-se que crianças que passaram por internação hospitalar tiveram mais índices de alterações no desenvolvimento (p=0,025) e quanto maior o número de internações mais essas alterações se intensificaram (p=0,023). Os resultados sugerem que crianças com cardiopatia congênita tenham provável atraso no desenvolvimento. Também foi possível verificar que existe uma diferença significativa entre as crianças que passaram por procedimento cirúrgico, daquelas que ainda aguardam cirurgia fazendo somente acompanhamento clínico. As alterações de o desenvolvimento estarem mais ligadas as áreas motoras podem ser explicadas por aspectos característicos da doença e do tratamento, como dispneia, cansaço, cuidados e limitações nas atividades diárias. As variáveis sexo e idade parecem ser determinantes no desenvolvimento, bem como, crianças saudáveis passarem por experiência de hospitalização. Já nas crianças cardiopatas, se percebeu que as variáveis sociais que envolvem a doença e o tratamento não comprometeram o desenvolvimento. Essa questão pode ser entendida por meio de fatores protetores e de resiliência, já que essa população recebe apoio familiar e social. |