Os corpos que podem: uma etnografia nas plataformas digitais do "Cantinho dos Cadeirantes"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Diego Leonardo Barreto
Orientador(a): Silva, Josimey Costa da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29439
Resumo: O que é ser normal? Existe uma única forma de ser pessoa com deficiência e cadeirante? Esse é o desafio reflexivo da pesquisa que resultou nesta dissertação, que discute o corpo das pessoas cadeirantes visto como transgressor das normas de conduta social, considerando que as tecnologias e mídias digitais abrem novas possibilidades de vivências. Para isso, realizo uma pesquisa etnográfica e documental entre o período de março e setembro de 2018 e o período de abril e maio de 2019 nas plataformas digitais (website, Facebook e Instagram) do “Cantinho dos Cadeirantes”, espaço virtual de socialização criado por Carolini Constatino com aproximadamente 45.000 seguidores no Facebook e 15.000 no Instagram. A metodologia compreendeu a interação com os participantes dos espaços, a análise do conteúdo publicado nas plataformas e a aplicação de questionários com quatro participantes e a administradora das plataformas. A seleção do corpus obedeceu aos seguintes critérios: quantidade de curtidas, comentários e compartilhamentos das postagens e recorrência dos temas abordados. Identifico que as narrativas sobre experiências corporais e as sociabilidades decorrentes do uso das plataformas foram plurais, abrindo margem para diferentes possibilidades de existência de seus atores em múltiplos aspectos da vida social, como os políticos, os referentes à sexualidade e a autoaceitação ou não do próprio corpo. Com a inserção etnográfica, observo manifestações da diversidade do ser cadeirante por meio do “Cantinho dos Cadeirantes” em discussões que versaram sobre temáticas diretamente relacionadas ao cotidiano desses tipos de pessoas. Concluímos que o “Cantinho” constitui uma agência que potencializa a desconstrução de preconceitos e do capacitismo em relação às pessoas com deficiência. Como suporte teórico, dialogo com as ideias de capacitismo e corponormatividade (Anahí Guedes Mello, 2014), de agência (Sherry Ortner, 2007), de tecnologia e seus impactos sociopolíticos (Bortolazzo, 2016; Bauman, 2018; Serres, 2018) e de construção social do corpo (LeBretton, 2017; Mauss, 2003; Mary Douglas, 1988).