Memória cultural na poesia de Luís Carlos Guimarães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Medeiros, Altierres Santos de
Orientador(a): Ferreira, José Luiz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30239
Resumo: Esta pesquisa analisa a “memória cultural seridoense” em excertos da obra poética do escritor currais-novense Luís Carlos Guimarães. Dois são os livros de poesia estudados: O aprendiz e a canção (1961) e As cores do dia (1965). Da primeira obra escolheu-se “Galo”, da segunda “O curral” e “O pai”. Em primeiro plano tem-se uma tendência poética a representar/relembrar verdadeiros símbolos que marcam a identidade arquitetônica da mesorregião, a anotar: a casa da fazenda, os currais, entre outros; por outro lado, vê-se também um eu-lírico que busca registrar, ao seu modo particular, várias práticas culturais que, assim como os marcos arquitetônicos, permeiam a cultura e o imaginário seridoense. Listam-se a agricultura e a pecuária enquanto práticas culturais que tiveram maior influência e recorrência. Em meio à representação de símbolos arquitetônicos e práticas culturais, surgem também elementos fundamentas à integridade cultural dos cenários e, portanto, notadamente interligados a ambos os polos discutidos anteriormente. Tratam-se dos animais - com ênfase ao gado e galo – e culturas agrícolas como o milho e o algodão. O resultado deste complexo jogo de turnos é uma representação singular e particular de um ambiente sertanejo. De tendência simbolista e surrealista, os poemas revelam, a seu modo, uma tentativa poética de explorar os limites do consciente. As memórias culturais são organizadas em um fluxo de imagens hermético e por vezes indistinto, tornando clarividente a escolha por um processo de construção poética que evoca paisagens e práticas culturais priorizando a defesa da expressão artística sem muitos entraves da razão. Todos os poemas recuperam, por intermédio de memórias institucionalizadas, verdadeiros ícones de alto teor identitário, possibilitando tanto uma análise de representação poética, como também o estudo da perspectiva singular do poeta que os reinterpretam. Para a discussão proposta, a pesquisa vale-se dos estudos de: Nora (1993), Bosi (2007), Le Goff (2013), Halbwachs (2006), Ricœur (2007) para fundamentar as discussões sobre memória; J. Assmann (1995; 1998; 2006; 2008; 2011; 2016;), A. Assmann (2011), Erll e Nunning (2003; 2008) no que concerne a perspectiva teórica de memória cultural adotada; os postulados de Cascudo (1956; 1984; 1999; 2012), J. Lamartine de Faria (2006), O. Lamartine de Faria (1980; 2016); P. Lamartine de Faria (2004); Cirne (1979; 2013), Medeiros (1980) Medeiros Filho (1983), Mariz e Suassuna (2005), Trindade (2010) e Macêdo (2012; 2015), Cavignac et al. (2018), Diniz (2008) no que se refere à cultura/História seridoense e potiguar.