Alcaloides tropânicos de Erythroxylum pungens O. E. Shulz (Erythroxylaceae): do contexto edafoclimático da caatinga à investigação comportamental em Zebrafish (Danio rerio Hamilton)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Moreira, Letícia Gondim Lambert
Orientador(a): Giordani, Raquel Brandt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30273
Resumo: A biodiversidade brasileira oferece enorme riqueza de flora, oportunidade singular para a atividade de bioprospecção. Dentre as moléculas bioativas, encontradas na maioria dos organismos vegetais, os alcaloides representam uma ampla variedade de estruturas químicas. Dentre os biomas brasileiros, a Caatinga, vegetação predominante da região Nordeste, oferece patrimônio biológico que não pode ser encontrado em nenhum outro local do planeta. É neste ambiente xérico que se encontra a Erythroxylum pungens O.E Shulz, espécie arbórea-arbustiva com grande potencialidade em alcaloides bioativos pouco explorados. O objetivo deste trabalho foi a bioprospecção de alcaloides tropânicos de Erythroxylum pungens O. E. Shulz, coletadas em ambiente natural, a avaliação do efeito do estresse hídrico em plantas jovens e avaliação do potencial bioativo in vivo em organismo modelo Danio rerio (zebrafish), bem como, análise in silico do alcaloide tropânico majoritário. No Capítulo 1, realizou-se o experimento de estresse hídrico por meio da suspensão de rega em espécimes de E. pungens até 20 dias. Concluímos que E. Pungens consegue armazenar altos índices de prolina, aminoácido osmoregulador e protetor, o qual foi mensurado por espectofotômetro a 520 nm. Também, por análises por Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (CG-EM), foi possível observar que a produção diferenciada de alcaloides tropânicos está relacionada mais com a fase de desenvolvimento do que com a condição de estresse hídrico o qual a planta foi submetida. No capítulo 2, por meio de análises espectroscópicas realizadas por Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (CG-EM), foram identificados 12 alcaloides tropânicos neste estudo, sendo três destes inéditos para a espécie. O alcaloide majoritário do caule foi isolado e realizada a atividade biológica com ele. Realizou-se o ensaio de toxicidade, para as larvas, a dose letal foi de LC50 = 18,4 ± 1,7 µM/L. Entretanto, não houve toxicidade em experimento com até 116,7 µM/L.com peixes adultos. No ensaio comportamental de campo aberto com zebrafish adultos para avaliar a atividade bioativa do alcaloide tropânico majoritário dos caules, o 3-(2-metilbutiriloxi)tropan-6,7-diol mostrou ação psicoestimulatória a 116,7 µM/L. No teste in silico, os alvos envolvidos nas vias antidepressivas foram identificados atracando com o alcaloide. 3-(2-metilbutiriloxi)tropan-6,7-diol parece estar envolvido em alterações comportamentais do zebrafish e merece investigação futura como uma possível nova molécula no tratamento de sintomas depressivos, ou possível efeito alucinógeno.