De vencedores a vencidos: o desmonte da identidade nacional na prosa de António Lobo Antunes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bezerra, Ana Cristina Pinto
Orientador(a): Oliveira, Andrey Pereira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26199
Resumo: A fim de analisar o processo de deterioração de um dado modelo de identidade nacional portuguesa, nesta pesquisa focaliza-se o segundo romance publicado por António Lobo Antunes, Os cus de Judas (1979). Dessa maneira, retoma-se o período da Guerra Colonial e o cenário de castração das liberdades individuais no Estado Novo em Portugal, evocados nessa prosa, a fim de compreender, a partir das experiências vividas pela personagem central da obra, de que modo nessa narrativa fora refratado o discurso nacionalista e, por essa medida, fora corrompido nas visões de um presente em ruínas que o texto literário apresenta. Por conseguinte, inerente ao estudo de uma narrativa na qual predomina um amplo processo dialógico, edificado, principalmente, pela atitude contestadora dos discursos oficiais nos textos, é que a fundamentação teórica desta pesquisa realiza-se, substancialmente, a partir dos postulados do Círculo de Bakhtin (Mikhail Bakhtin; Valentin Volochínov; Pavel Medviédev). Nesse sentido, o dialogismo é evidenciado em sua contribuição para o entendimento da conexão estabelecida entre o desmantelamento da identidade nacional e a formalização estética do romance. Além disso, outros estudos que versam sobre a questão da identidade nacional, por exemplo, Stuart Hall (1997), Bauman (2005), além das considerações de Eduardo Lourenço (2001; 2016; 2018) sobre o contexto lusitano, de forma mais específica, entre outros diálogos com autores pertinentes para esta pesquisa, são observados, a exemplo das leituras de Seixo (2002), Arnaut (2009), Cardoso (2011; 2016) no tocante a uma crítica especializada sobre a obra antuniana. Destaca-se, assim, um conjunto de vozes que auxilia a entender como o desmonte do sentimento de nacionalidade é processado para que as suas marcas sejam sentidas pelo/no viés narrativo do texto literário em foco.