O envelhecimento no espaço midiático: a produção de sentidos pelos meios jornalísticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Costa, Averlândio Wallysson Soares da
Orientador(a): Alves, Maria do Socorro Costa Feitosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20742
Resumo: O envelhecimento como um fenômeno social pauta-se nos modos de produção e reprodução, que atrelados a peculiaridades e conformidades da estrutura social influenciam nos valores e sentidos erguidos. A busca pelo entendimento da realidade dar-se-á pela apropriação do conhecimento/informação, que na contemporaneidade cada vez mais são atrelados aos meios midiáticos, de forma que esses ultrapassam a condição de meros meios de comunicação, chegando a condição de instrumentos de produção direta de valores, posturas e opiniões. Dentre os instrumentos midiáticos, tem-se os meios jornalísticos, que são importantes meios de disseminação de informação e consequentemente de produção de sentidos, inclusive sobre o envelhecimento. Assim, de forma geral objetiva-se: conhecer as representações da mídia acerca do envelhecimento, tendo como foco jornais circulantes no Rio Grande do Norte. Aliado ao objetivo geral, elegem-se como específicos: apreender os fatores que possam influenciar nesse processo; e refletir sobre os entendimentos estabelecidos sobre o envelhecimento. Para tanto valer-se-á da Teoria da Representação Social. Para coleta dos dados, foram estudadas 57 notícias online dos três principais jornais do estado, quais sejam: Tribuna do Norte, Gazeta do Oeste e Jornal de Hoje, que foram captadas através de instrumento de busca dos sítios dos próprios jornais, utilizando os termos de busca: “envelhecimento”, “idoso”. Essas matérias foram analisadas valendo-se da Análise de Conteúdo Temática de Bardin, que permitiu o estabelecimento de cinco categorias, a saber: Envelhecimento e violência; Envelhecimento na contemporaneidade; Envelhecimento e saúde; Envelhecimento e cidadania; e Envelhecimento, trabalho e ação. Na primeira categoria são enquadradas notícias que denunciam situações violentas, que independente da condição de vítima ou acusado pela violência, a fragilidade do idoso persiste. Em Envelhecimento na contemporaneidade percebeu-se as tentativas da mídia jornalística em explicar as mudanças demográficas do aumento quantitativo de idosos, os ônus que isso pode gerar para o pleno desenvolvimento do país. No Envelhecimento e saúde é percebido a condição de fim iminente trazido no envelhecer, como sinônimo de doenças e debilidades. Na quarta categoria, Envelhecimento e cidadania, são visualizados situações em que peculiaridades e necessidades dos idosos precisam virar obrigação para serem cumpridas, denunciando condição de baixa expressão e poder social da classe. Por fim, em Envelhecimento, trabalho e ação são trazidas situações que denunciam a não expectativa do idoso a interação com as novas tecnologias e participação nos rumos decisórios da sociedade. De forma geral e específica tal análise permitiu apreender os modos de produção de sentidos sobre envelhecimento pelos jornais, já que esses tendem a representar o envelhecimento por meio de situações intencionadas, conforme necessidades hegemônicas, construindo a representação social do idoso como um ser frágil, submisso, inativo, passível à violência e susceptível ao adoecer.