Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Lara Cunha |
Orientador(a): |
Lima, Renata Santoro de Sousa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46893
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Resumo: |
Os cetáceos dependem do som para atividades vitais, sendo negativamente afetados pela poluição sonora, que causa desde alterações comportamentais à danos físicos. Encalhes em massa tem sido relacionados a sonares ativos, que parecem afetar principalmente espécies de mergulho profundo. Outra fonte preocupante de ruído são as prospecções sísmicas, que usam canhões de ar comprimido para gerar ondas sonoras impulsivas de alta intensidade. Contudo, o efeito causal das prospecções sísmicas sobre a mortalidade e encalhe dos cetáceos é controverso. Investigamos aqui a relação entre o encalhe de cetáceos e as operações sísmicas 3D no nordeste equatorial do Brasil, considerando também variáveis oceanográficas. Para tanto, reunimos os encalhes registrados entre 2000 e 2019 nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte e separamos as espécies em 5 grupos ecológicos de acordo com sua ocorrência, tamanho e padrão usual de mergulho. Então, caracterizamos a ocorrência espaço-temporal dos encalhes e selecionamos duas áreas onde o esforço de coleta foi mais consistente. Para estas duas áreas, analisamos se as prospecções sísmicas e condições de vento e onda afetaram a ocorrência e o número de encalhes de cada grupo ecológico. Também simulamos a deriva de cetáceos fictícios, considerando uma mortalidade constante dentro dos limites das operações sísmicas, e comparamos a distribuição espacial dessas simulações com os encalhes observados para o mesmo período. Nos 20 anos considerados, 351 encalhes foram registrados, incluindo 22 espécies e 5 famílias. As operações sísmicas recentes aumentaram em duração e extensão em relação a primeira década de análise, assim como aumentou o número de encalhes ao longo dos anos; tal aumento de encalhes pode refletir o maior esforço de monitoramento em resposta à condicionantes ambientais a partir de 2010. Observamos também um maior número de encalhes durante o verão, época em que há maior intensidade de turismo nas praias da região. De 65 encalhes que ocorreram até uma semana após alguma operação sísmica, 5 apresentaram sinais patológicos condizentes com a síndrome de embolia gasosa, que pode ser associada a exposição à atividade de prospecção sísmica. A ocorrência de prospecções sísmicas mostrou um efeito sobre o aumento de encalhes de espécies oceânicas que mergulham raso, independente da condição oceanográfica. O número encalhes de mergulhadores profundos e de todas as espécies agrupadas também foi afetado pela ocorrência de prospecções sísmicas, quando em condições de onda específicas. Além disso, 43% dos encalhes observados coincidiram com as simulações de deriva com origem em áreas de operação sísmica. Estas simulações indicaram que animais potencialmente mortos em decorrência de exposição às prospecções sísmicas no Ceará poderiam encalhar em outros estados mais ao norte do Brasil, não sendo detectados pelos esforços de monitoramento analisados aqui. Ainda, áreas de provável ocorrência de encalhes vindos passivamente das explorações sísmicas ocorreram muito além da extensão dos programas de monitoramento de praia exigidos pela agência reguladora de impacto ambiental. Assim, recomenda-se que simulações prévias sejam feitas como condicionante do licenciamento para determinar qual porção do litoral deve ser inspecionada através de projetos de monitoramento de praias. Apesar das baixas chances de que animais afetados nas áreas de operação sísmica seriam detectados na costa analisada por causa dos efeitos de deriva oceânica, os resultados revelaram que uma porção dos animais resgatados foram potencialmente afetados pelas operações analisadas. Considerando esses efeitos, o impacto visto neste estudo é provavelmente uma subestimativa do impacto real de operações sísmicas na mortalidade e encalhe cetáceos na região. |