Uma escola e muitos sentidos: um estudo com os sujeitos jovens da EJA na Escola Estadual 15 de Outubro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Hilario, Luana Sobral
Orientador(a): Azevedo, Alessandro Augusto de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
EJA
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19843
Resumo: Trabalho que objetiva compreender os sentidos atribuídos aos saberes escolares pelos jovens educandos da EJA da Escola Estadual 15 de Outubro, localizada na Zona Norte de Natal. Os jovens foram eleitos como foco de interesse, por terem uma expressividade numérica cada vez maior nas turmas de EJA, mas, sobretudo, por demandarem questões novas e específicas à escola. Para a realização da pesquisa, recorreu-se metodologicamente à Entrevista Compreensiva organizada por Kaufmann (2013), lançando mão dos seus instrumentos próprios de análise e organização das informações, captadas através das entrevistas semiestruturadas e observação in loco. Considerando que o sentido atribuído na relação com o saberes escolares condiciona o modo de se vivenciar a escola, buscou-se as construções teóricas de Bernard Charlot (2000; 2005), na compreensão do saber enquanto relação do sujeito consigo, com o outro e com o mundo, portanto, saber para além do conteúdo objeto. O trabalho analítico incorpora, também, as contribuições de Marc Augé (1994; 1997), no tocante ao entendimento do sentido enquanto construção social. As reflexões ainda foram feitas à luz das ponderações de Michel de Certeau (2012), na medida em que permite que se tome os educandos enquanto sujeitos ativos e produtores de táticas de sobrevivência na vida e no meio escolar. Proveniente da fala dos educandos, apreendeu-se três núcleos de sentido, quais sejam: as aprendizagens consideradas mais importantes pelos jovens educandos, as quais compõem um conjunto de valores ético e moral; a escola como garantia de “um futuro melhor”, pela qual os jovens buscam assegurar na vida adulta um trabalho, porém, a partir de uma “relação mágica” com o saber, na medida em que o alvo dos jovens educandos é mais o certificado de conclusão do nível de ensino que frequentam, que não está necessariamente associado às aprendizagens escolares. O terceiro núcleo de sentido apreendido é a escola enquanto lugar socializador, isto é, um espaço onde se pode encontrar com os amigos para conversar. Há, portanto, uma relação com o saber que é prestigiada pelos jovens da EJA; existe uma expectativa objetiva desses educandos sobre a escola; e eles fazem “uso” da instituição para “encontros” que não são necessariamente com os saberes curriculares. Considerar, pois, essas questões que passam pela ressignificação do sentido da escola, é parte de um esforço em compreender os sujeitos da EJA e ajuda a pensar formas de garantir a permanência e sucesso deles na instituição.