Prospecção química e de atividades antioxidante e antiproliferativa dos extratos de Myrciaria tenella (DC.) O. Berg (Myrtaceae) e Salvia hispanica L. (Lamiaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ribeiro, Ana Raquel Carneiro
Orientador(a): Scortecci, Katia Castanho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOQUÍMICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28629
Resumo: Considerando a importância das plantas como fonte de biomoléculas com ação medicinal, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antioxidante e antiproliferativa do cambuí (Myrciaria tenella (DC.) O. Berg) e chia (Salvia hispanica L.). A partir de suas folhas frescas, foi conduzida uma extração seriada (com diferentes solventes em ordem crescente de polaridade, partindo de um mesmo material vegetal) mediante maceração a frio durante 24 horas, para a obtenção dos extratos hexânicos (EHC e EHSh); clorofórmicos (ECC e ECSh); etanólicos (EEC e EESh); metanólicos (EMC e EMSh) e aquosos finais (EAFC e EAFSh) a partir de suas folhas frescas do Cambuí (C) e Chia (Sh). Partindo de outro pool de folhas, foi preparado um extrato aquoso (EAC e EASh), separadamente. Esses extratos foram caracterizados fitoquimicamente por ensaios espectrofotométricos para quantificação de açúcares, proteínas e compostos fenólicos totais, bem como cromatografia em camada delgada (CCD) e cromatografia líquida de ultra-eficiência (UHPLC) com detector de arranjo de diodos (SPD-M20A). A atividade antioxidante foi mensurada por meio de diferentes ensaios in vitro e in vivo, sobre o modelo Caenorhabditis elegans. A atividade antiproliferativa foi avaliada em diferentes linhagens celulares, 3T3, HeLa e AGS. Como resultados, foram verificados predominantemente compostos fenólicos nos extratos polares de M. tenella (EEC, EMC, EAFC), sendo possível a identificação da rutina em EEC e EMC. Contudo nos extratos apolares (EHC e ECC) foram identificados terpenos, dentre eles o ácido ursólico. Os extratos foram capazes de sequestrar espécies reativas e quelar ferro e cobre (in vitro) desde a menor concentração avaliada, 100 µg/mL. Além disso, EEC a 1 e 10 mg/mL reduziu o teor de ERO em C. elegans em até 74%, quando comparado ao controle não tratado com o extrato. Para as culturas de células, foi observado que os extratos de M. tenella a 100, 250 e 500 µg/mL não alteraram a viabilidade para a linhagem celular 3T3, entretanto para as linhagens HeLa e AGS foi observado uma redução em até 82,61% e 84,68%, respectivamente. Para a linhagem AGS esta redução pode ser correlacionada com os mecanismos de necrose (80,7%) e apoptose tardia (16,5%). Para a chia (S. hispanica), outra espécie estudada, o perfil fitoquímico foi semelhante, sendo identificada a presença de terpenos em EHSh e ECSh, dentre eles o ácido ursólico. Além disso, foi verificada a presença de compostos fenólicos em todos os extratos. Os extratos a 100, 500 e 1000 µg/mL foram capazes de doar elétrons ao substrato oxidado e quelar metais de transição (ferro e cobre) in vitro. Enquanto que, in vivo, o pré-tratamento de C. elegans com EASh a 1 e 10 mg/mL reduziu para 29,76% os níveis basais de ERO. Assim, S. hispanica foi capaz de reduzir em até 82,62% e 66,5% a viabilidade das linhagens celulares HeLa e AGS, mas não da linhagem de células 3T3 (não tumorais). Para a linhagem HeLa o mecanismo de morte envolvido foi de necrose (19,6%), enquanto para a linhagem AGS foi de apoptose inicial (8,09%) e tardia (7,16%). Em suma, as folhas de M. tenella e S. hispanica podem ser consideradas como uma fonte de compostos com atividade antioxidante e antiproliferativa, sendo assim promissoras para a identificação de biomoléculas com o interesse farmacológico.